Paulo escrevendo aos Colossenses, afirma: “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência.” (Colossenses 3:12 NVI).
O que isto significa para a nossa vida? Como isto nos afeta? Como fazemos esta escolha de nos revestir de Deus como filhos amados, pois quem se reveste de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência, está se revestindo de Deus?
Quando lemos o texto em colossenses 3:5-17, compreendemos o conceito do que Paulo quer nos ensinar.
Primeiro como vivíamos no mundo, e ele fala para fazermos morrer, para matarmos este desejo, como está no verso 5, “Portanto, matem os desejos deste mundo que agem em vocês, … ” (Colossenses 3:5, NTLH). Ele fala do que devemos abandonar, rejeitar porque já fomos, em Cristo, por meio da Sua obra na cruz, libertos do domínio de tudo que tem procedência na natureza humana.
Tendo rejeitado a natureza humana, as suas obras, o que devemos fazer? Não fazer nada? Não, este é o ponto. Devemos nos revestir das obras de Deus. Mas como nos revestimos das obras de Deus? Fazendo as mesmas coisas que Ele, praticando a compaixão, a bondade, a humildade, mansidão e paciência. E fazemos isso, porque já recebemos da natureza e da vida de Deus, fomos feitos Seus coparticipantes, Ele nos habilitou para andarmos conforme Ele anda quando nos fez nova criatura em Cristo Jesus.
Estamos em Deus, e por estarmos e termos a nossa origem Nele, como filhos, termos recebido da Sua vida, somos participantes da Sua natureza, não temos outra maneira que viver que não seja conforme Ele vive. Por isso precisamos entender, que por sermos, então, podemos fazer. Fazemos não para alcançar recompensa, para obter o mérito, mas simplesmente porque somos. Quando somos, quando temos a consciência que somos participantes da vida de Deus, que Ele nos deu da Sua vida, não temos outra maneira de viver que não seja imitando-O em todos os Seus atos.
Agora precisamos entender o que seja ser humilde, bondoso, manso, paciente. Se não entendermos, também, não praticaremos o que devemos. Humildade está no fato de reconhecermos nossa inteira dependência de Deus. Mas, é mais que isto; é o reconhecimento da nossa total condição de miseráveis que somos. Somos pobres de espírito, não existe e não tem nada em nós, por nós mesmos, que possa agradar e ser útil a Deus. Em nós habita o pecado, na nossa origem humana, não existe nada que possa agradar ou ser oferecido a Deus, por isso, Ele não aceita as nossas ofertas quando ela tem origem em nós (no sentido de fazermos para recebermos, para sermos dignos, para sermos elogiados). Toda obra nascida em nós, não agrada a Deus, por isso, precisamos entender a questão da humildade sob o aspecto da nossa miserabilidade e impossibilidade de agradá-Lo.
E bondade, como praticamos? Ai é outro ponto que precisamos compreender. Quando somos bondosos, somos para algumas pessoas? Para quem merece? Para quem é digno? Não, praticamos a bondade para todos, sem distinção, merecendo ou não, sendo digno ou não. A bondade de Deus não se revelou para nós, porque éramos dignos, mas simplesmente porque a Sua bondade não olha se merecemos ou não. Por isso, a primeira condição, o reconhecimento que somos o pior de todos os homens e podemos praticar a bondade para com todos, assim como Deus foi bom para nós. Não depende do que o outro fez, mas, de revelarmos por nosso intermédio a bondade que recebemos de Deus quando nascemos de novo.
E mansidão, ser manso. Manso é aquele que não tem crise. Não tem crise de identidade, não importa o que os outros façam, não importa o que façam com ele. A pessoa mansa, sabe Quem está no controle, conhece e reconhece a soberania de Deus. Sabe que tudo que possa ocorrer em sua vida está debaixo do controle do Criador. Não revela ansiedade, angústia, pois sabe quem tem o leme de sua vida. Não importa se o rio está correndo para cima ou para baixo, pois sabe que tudo está debaixo do controle de Deus. Não se desespera diante das situações, das adversidades, pois a sua vida é guiada pelas promessas do Criador.
E quanto a ser paciente? Este talvez seja o ponto que mais precisamos aprender e reconhecer que precisamos da revelação da vida de Deus, e que precisamos crescer. Paciente é o que não se preocupa com o estado atual das coisas, das pessoas, seu conhecimento, mas é capaz de reconhecer o processo de Deus, e o Seu tratamento em cada vida. Não cansa de repetir, não cansa de perdoar, não cansa de ensinar, mesmo que esteja ensinando a mesma coisa todos os dias. Cada dia é um dia novo, um novo início. Tudo que falou, tudo que ensinou, tudo que fez ontem, repete hoje, como se fosse a primeira vez. A dificuldade não está no outro, mas considera que seja em si mesmo, por não ter sido capaz de transmitir e ensinar como deveria, não foi o exemplo que deveria ter dado, por isso, não se importa de fazer tudo de novo, pois é tão miserável quanto qualquer um outro, é tão cabeça dura, quanto aos que está ensinando. Deus é paciente conosco, por isso, precisamos ser pacientes uns com os outros.
Precisamos entender que nos revestimos de Deus, não da noite para o dia, mas é uma jornada, uma jornada que estamos a frente de alguns e atrás de outros. Mas, onde todos se ajudam, um coopera com o outro, existe ambiente de amizade, de companheirismo, de desejo que haja crescimento, entendimento e compreensão do nosso papel neste mundo. É uma jornada onde crescemos para compreender a nossa vocação, nosso chamado e a função que temos no corpo e como devemos desempenhar para que o mundo conheça ao nosso Senhor.