Foi este o pedido do salmista, que nós possamos declarar em alto e bom som o mesmo desejo, para que os caminhos e a salvação do Senhor sejam conhecidos de todos os homens, como está no salmo 67, nos versos 1 e 2: “Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós, para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, ó Deus, a tua salvação entre as nações.” (Salmo 67:1-2, NVI)

Mas como pode o rosto de Deus resplandecer sobre as nossas vidas? Como podemos ser expressão deste Deus que afirmamos conhecer? Como podemos ser a carta viva de Cristo e o seu bom perfume entre os homens, transmitindo uma fragrância de vida?

Na carta aos romanos, Paulo, nos dá este entendimento. Primeiramente ele explica sobre a justiça de Deus, sobre o fato que todos estão perdidos e separados de Deus, depois fala de como Ele agiu em nosso favor nos reconciliando e como nos libertou do domínio do pecado. E tendo sido libertos do domínio do pecado, não sendo mais escravos dele, afirma que devemos ser escravos da justiça.

Ele explica que em nós, existe concomitantemente a natureza humana (que morreu com Cristo) e a natureza divina (que recebemos de Deus, por meio do Espírito Santo). Tendo sido libertos, não podemos mais viver como escravos do pecado, mas devemos oferecer os nossos membros a Deus para cumprir a Sua justiça. Isto está relacionado às palavras que Jesus disse que precisamos negar a nós mesmos, tomar a cruz e segui-Lo.

Após trazer este entendimento, ele (Paulo) começa no capítulo 12 a explicar como devemos viver e o que devemos fazer, tendo o entendimento que somos filhos, que fomos libertos do domínio do pecado, e capacitados para viver neste mundo segundo a vontade de Deus, que recebemos o poder e autoridade do Espírito Santo.

No verso 1, ele afirma: “… se ofereçam em sacrifício vivo santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. (Romanos 12:1, NVI), tendo nos oferecido, como expressamos esta oferta a Deus? Ele começa a explicar a partir do verso 2, que diz: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2, NVI).

Isto quer dizer que não podemos aceitar o pensamento do mundo e nem a sua forma de viver, mas devemos nos transformar pela renovação da mente, isto é, pelo conhecimento da natureza de Deus, pelos fundamentos que norteiam suas ações e pelos princípios de vida e manifestação de Seu caráter.

Mas a coisa mais importante que Paulo quer nos ensinar estão relacionados nos versos 4 e 5, onde ele afirma que não somos mais indivíduos, mas participantes, membros de um corpo, membros do corpo de Cristo e que nós devemos viver em função deste corpo, para a sua edificação e não na busca de nossos interesses egoístas: “Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.” (Romanos 12:4-5, NVI).

E nos versos 6 e 8, ele fala que temos papel (função) neste corpo: “Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada.  Se alguém tem o dom de profetizar (falar por inspiração de Deus), use-o na proporção da sua fé. SE o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine,; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.” (Romanos 12:6-8).

Mas, mais que as funções no corpo, ele fala de como devemos nos relacionar para que o rosto de Deus se resplandeça sobre nós, e assim, possamos ser testemunhas vivas do Deus que conhecemos, isto dos versos 9 até 21: “O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom.” (verso 9). “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês.” (verso 10). “Nunca falte a vocês o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor.” (verso 11). “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.” (verso 12). “Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade.” (verso 13). “Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem-nos, não os amaldiçoem.” (verso 14). “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram.” (verso 15). “Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos.” (verso 16). “Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos.” (verso 17). “Façam todo o possível para viver em paz com todos.” (verso 18). “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira,… Ao contrário: ‘Se teu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele’.” (versos 19 e 20). “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.” (verso 21).

Portanto, com este entendimento, precisamos compreender que não existe outra forma de revelar Deus que não seja por meio de nossas ações, isto é, em nossos relacionamentos, em casa, no serviço, na rua, com funcionários, com superiores. Não importa. Expressamos Deus por meio de nossas ações e reações diante das situações.

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