Um coração voltado para as necessidades

O que diferencia um coração transformado, um coração que foi recebido de Deus, de um coração religioso que tem em Deus somente um “deus” para suprir as suas necessidades? A forma como age e responde as situações é o fator determinante da motivação que o leva a permanecer ou não em Deus.

Roboão é um exemplo claro de um coração religioso que no primeiro sinal que estava tudo bem, que o seu reino estava firme, simplesmente abandona a lei, como podemos ler no livro de segundo crônicas, no capítulo doze, verso um: “Depois que Roboão se fortaleceu e se firmou como rei, ele e todo o Israel, abandonaram a lei do Senhor.” (2 Crônicas 12:1, NVI).

O que nos leva a uma situação como esta? O que nos leva, depois de termos sido abençoados a abandonarmos o que declarávamos como sendo a melhor coisa de nossa vida? Nada menos que a religiosidade, a falta de entendimento e compreensão da obra de Deus e do Seu plano.

Quando encaramos o cristianismo como uma religião, onde se tem um lugar de adoração, quando é cumprindo os rituais que nos sentimos bem, quando temos a obrigação e a convicção que somente indo na “casa” de Deus que seremos e estaremos sendo abençoados, quando temos a convicção que somente sendo fiéis que alcançaremos a bênção, então, ainda não conhecemos a vontade de Deus, não compreendemos a Sua obra em nossa vida e não experimentamos da verdadeira vida e O tratamos somente como uma divindade que tem por obrigação suprir os nossos desejos e vontade.

A falta de conhecimento associado a um coração arrogante, nos leva a pensar que ao alcançarmos algo ou a uma situação estável, que o fizemos na força do nosso braço e que não precisamos deste “deus”.

Quando agimos assim, estamos de fato, tendo a mesma atitude que Roboão e demonstramos claramente que ainda não experimentamos e nem compreendemos a vontade de Deus, e muito menos, a Sua obra em nossas vidas e o que somos para Ele.

Precisamos abandonar este conceito religioso de “casa de Deus”, e não se trata do que falamos, mas de como nos comportamos com relação a estes valores. Precisamos entender que a salvação é operada por Deus em nossas vidas, levando nos a reconciliação, por meio da Sua graça e pela fé em Cristo Jesus que morreu para nos resgatar para Deus. Ao sermos reconciliados, somos inseridos na família de Deus, no corpo de Cristo, onde passamos a ser morada, templo, casa de Deus. E temos que entender que: onde está dois ou mais em Seu nome, por meio destas vidas há a expressão do reino de Deus onde estiverem.

Ser cristão não é ter uma religião, mas, um viver segundo a vontade de Deus, andando permanentemente na presença Sua Deus, revelando-O a todos os homens por meio dos relacionamentos que desenvolve, seja com outros membros do corpo, seja do corpo para com as pessoas no mundo.

Não é a abundância ou a falta que nos fazem aproximar ou nos afastarmos do Deus vivo e verdadeiro. Permanecer na Sua presença é o entendimento claro das escrituras e da vontade do Pai para as nossas vidas, bem como a compreensão da Sua obra em nós e através de nós.

Viver o reino de Deus é termos a consciência que somos cidadãos do reino, chamados para a Sua glória, para a revela-Lo ao mundo, por isso, não dá para estar ou afastar da presença de Deus e da Sua vontade. Quem está, entrou para permanecer, precisa viver como tal todos os dias consciente de que o Senhor está nos preparando para a revelação completa da Sua glória.

https://soundcloud.com/sdt_vigilato/um-coracao-voltado-para-as-necessidades