Utopia é o mesmo que sonho, algo não realizável, um sonho não factível.
Por que utopia cristã? Quando lemos no livro de atos dos apóstolos, vemos uma mensagem simples, uma maneira que o povo vivia e ao olharmos a realidade e o pensamento atual, o que devemos pensar? Mudou o evangelho? Ou mudamos nós? O evangelho que eles viveram foi um outro? Fomos nós que mudamos ou porque não entendemos o evangelho que eles entenderam?
Quando lemos em atos, no capítulo 2, do verso 44 ao verso 47, diz assim: ” Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no pátio do templo partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:44-47, RA).
Por isso, a pergunta: É isto uma utopia, ou somos nós que estamos fora do propósito de Deus? Podemos ver por outras passagens que não se tratava de ter as coisas em comum, mas não existiam pessoas com necessidade entre os irmãos. Temos a história de Ananias e Safira que confirma, quando Pedro fala com eles sobre a mentira deles e que o terreno que eles tinham vendido seria deles e que não precisava ser vendido.
Somos egoístas, não entendemos o evangelho, não sabemos o significado de amor, de suprir as necessidades uns dos outros, de repartir uns com os outros. Nos limitamos a dar esmolas, a dar do que está sobrando e não em repartir. Não pensamos no outro e nem nas suas necessidades.
Se temos um negócio, achamos que fazermos o que a lei diz ser suficiente, mas não somos capazes de pensar que o que pagamos para as pessoas que trabalham para nós é insuficiente para a sua própria sobrevivência. Mas somos, capazes de com os lucros exorbitantes que recebemos de nossos negócios, gastar em nosso deleite e temos a arrogância de dizer que Deus está nos abençoando com a nossa abundância e deixamos tantos passar necessidades.
Fazer caridade, expressar o verdadeiro amor, como havia no meio do povo, não é uma questão de imposição, mas, de compreensão de quem somos no reino de Deus. É termos o discernimento para saber como gastar o que recebemos, como usarmos o recurso que foram colocados em nossas mãos. Não seremos elogiados pelas nossas esmolas, nem pela abundância dos recursos que tivemos, e muito menos pela quantidade de empregos que geramos, mas pela nossa omissão diante das necessidades das pessoas que sabíamos que devíamos fazer algo e não fizemos.
O evangelho do reino de Deus não é utopia e nem fala de comunismo, mas fala de amor, de graça, de misericórdia, de justiça e bondade perante os homens. Seremos cobrados não pela abundância que tivemos, mas pela má administração do que foi concedido para revelarmos o reino de Deus entre os homens.
Caminhar na Graça 