Precisamos compreender uma coisa muito importante com relação à lei, Escrituras, e como agimos. Pensamos que pelo cumprir das Escrituras, pela obediência à lei, alcançaremos a salvação e por isso podemos nos orgulhar de nossas ações, mas não é assim que alcançamos a salvação.
Temos que entender que a nossa salvação é concedida por Deus, e a alcançamos por meio da fé em Jesus Cristo e não depende do que possamos fazer, como Paulo escreveu: “Será que temos motivo para ficarmos orgulhosos? De modo nenhum! E por que não? Será que é porque obedecemos à lei? Não; não é. É porque cremos em Cristo. Assim percebemos que a pessoa é aceita por Deus pela fé e não por fazer o que a lei manda. Ou será que Deus é somente Deus dos judeus? Será que não é também Deus dos não judeus? Claro que é! Deus é um só e aceitará os judeus na base da sua fé e também aceitará os não judeus por meio da fé que eles têm. Será que isso quer dizer que, por causa da fé, nós tratamos a lei como se ela não valesse nada? Não; de modo nenhum! Pelo contrário, afirmamos que a lei tem valor.” (Romanos 3:27-31, NTLH) .
Por isso ele fecha o item com muito esclarecimento. Não podemos desprezar a lei, as Escrituras, mas antes temos que confirmar o que ela fala. Nossa vida, nossos atos, nossas palavras, os nossos relacionamentos devem retratar e revelar o que as Escrituras afirmam que agrada a Deus.
Temos que lembrar que as Escrituras tratam da essência do que Deus deseja dos homens, em relação aos seus relacionamentos uns para com os outros. Trata também, dos rituais que traduzem uma realidade espiritual que precisava ser compreendido pelos homens pela vinda de Cristo e de Sua obra salvadora.
Jesus foi o cordeiro oferecido por Deus em nosso favor. O Seu sangue foi derramado, na cruz, para que por meio de Sua morte e ressurreição, pudéssemos ser libertos do poder e domínio do pecado, alcançando a liberdade e assim, nos submetermos a Deus para viver segundo o padrão determinado pela lei entre os homens. Somos salvos, libertos do pecado, para podemos cumprir o que as Escrituras afirmam que agrada a Deus.
Por isso, precisamos observar que a essência, o que é importante que Deus fala por meio dos Seus profetas. E não está relacionado aos rituais sagrados determinados para a purificação do povo, nem os cultos, nem as canções, mas sim, a forma como o povo se relacionava. Fala de praticar a justiça, de manifestar a misericórdia, compaixão, de como tratar os inimigos e os que O perseguiam.
Quando falamos de justiça na bíblia não estamos falando de punição e condenação, mas, de repartir, ajudar, dar ao outro o que temos em abundância para que supra a sua falta, de dar de beber e comer à pessoa que nos persegue se ela tem sede ou fome. Fala de orarmos em seu favor, de manifestar misericórdia e graça entre os homens, fala do amor ao próximo. Precisamos compreender que somos salvos para cumprir a lei, para viver segundo este critério de justiça divino, a vontade e o querer de Deus. Não somos salvos pelas obras que fazemos, mas por sermos salvos, fazemos as obras que revelam que conhecemos a Deus e que fomos salvos por Ele.
Agora, o como fazemos é que temos que entender, pois ao sermos salvos, recebemos o poder que procede de Deus, isto é: a Sua autoridade, a Sua capacitação, e por termos sido habilitados, podemos andar em santificação, correndo rumo ao nosso destino, à semelhança de Cristo, para que confirmemos a lei por meio de nossas obras.