Se o nosso compromisso com Deus é de servi-Lo e honrá-Lo, o processo de santificação, de tornar santo o procedimento passa pela provação. Devemos encarar a provação com alegria, pois é através da mesma que somos testados, conduzidos ao amadurecimento e a expressão da vontade de Deus, como Tiago afirma em sua carta: ” Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. ” (Tiago 1:2-4). Sabemos pela palavra e pelo ensinamento de Paulo que nenhuma provação nos é permitida além de nossa força. Mas Deus no seu operar sempre nos conduz, mesmo que falhemos várias vezes, ao amadurecimento. E Ele sempre provê o livramento. Precisamos aprender a confiar, a perserverar. E perseveramos quando temos o entendimento do processo que estamos passando, a fé (convicção) que temos nas promessas de Deus, e insistimos, diligentemente, a permanecer naquilo que sabemos ser seu querer.
Quando termina o processo há o amadurecimento, o conhecimento maior da forma de Deus agir. E isto gera em nós mais confiança, mais fé em nosso Deus. Isto é um ciclo, onde passamos de ensinamentos rudimentares até ao processo de aperfeiçoamento que o Senhor nos conduz de maneira a sermos instrumentos úteis ao Seu reino para louvor da Sua glória. E sobre isso Tiago escreve: ” Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1:12).
Agora, a provação é diferente da tentação. Esta tem origem em nós, no nossos pensamentos e desejos, os quais temos que aprender a rejeitar, negar, como o próprio Tiago escreve: ” Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. ” (Tiago 1:13-15).
Precisamos, portanto, separar este dois tópicos em nossas vidas, pois têm origens diferentes. Um provém de Deus para o aperfeiçoamento dos santos o outro nos conduz à morte, por permanecemos na carne. Quem permanece na carne, não pode agradar a Deus.
O entendimento, o conhecimento da vontade de Deus é fundamental para o aperfeiçoamento. E quando nos empenhamos no compreender Seu querer, nos submetemos, então caminhamos no sentido de cumprir e realizar o querer do Pai, sendo instrumentos úteis ao Reino e à Sua glória. Por isso, como Tiago fala, precisamos nos despojar de tudo que procede da natureza humana: ” Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tiago 1:21-22).
O nosso empenho, na dependência da graça de Deus é nos esforçarmos, esmurrando a nossa carne, reduzindo a escravidão, sendo diligentes, perseverando na jornada de crescimento e amadurecimento, nos tornando praticantes da palavra e não somente conhecedores teóricos da vontade de Deus.
A provação tem este papel fundamental em nossa vida, pois nos conduz ao aperfeiçoamento, à santificação de nossos atos, nos leva a compreender e a aprender a depender de Deus. É através do aperfeiçoamento que alcançamos o nosso alvo, a semelhança com o nosso Senhor. Por isso passarmos por provações deve ser motivo de alegria, e não de tristeza, pois é a expressão do amor de Deus para sermos maduros.