Jesus falando ao fariseu, conta esta estória: “Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem.” (Lucas 7:41-43, RAStr).
Sobre o que Jesus falava com o fariseu? Sobre a condição dele e da mulher pecadora. E Ele nos ensina nesta história sobre a nossa condição de pecador. A questão que precisamos entender é que não podemos fazer nada de bom que possa acrescentar mais à graça de Deus, como não podemos fazer nada de mal que possa reduzir esta graça.
O perdão concedido (que é a nossa salvação, reconciliação com Deus) é pela Sua graça. Na perspectiva do Pai o perdão concedido é o mesmo, o sacrifício exigido foi o mesmo independente da quantidade ou do tipo de pecado que cometemos.
Tanto a mentira como o assassinato está no mesmo nível, e ambos nos separam de Deus. Não importa se vivemos na prática da mentira ou se mentimos e assassinamos.
Por isso, precisamos compreender que o tamanho do perdão recebido e a expressão de amor para quem nos concedeu o perdão está na perspectiva de como olhamos a nossa situação e como nos vemos (isto é na compreensão de quão miseráveis somos perante Deus).
Quanto mais compreendemos o quanto fomos perdoados e entendemos a nossa situação de miseráveis, de pobres, de mortos e separados Dele sem a cruz, maior será o nosso entendimento do perdão recebido e maior será o nosso compromisso com Ele e o Seu reino.
A percepção de nossa dívida impagável perante Deus e que nós, por nós mesmos, jamais alcançaríamos o Criador é que nos leva a querer a conhecer Sua vontade, e a nos empenharmos zelosamente para fazer conhecida a Sua vontade pelos homens.
Deus na sua graça não só nos salvou como também nos habilitou, nos capacitou para vivermos na terra segundo a Sua natureza, proclamando e vivendo de forma prática o Seu reino, fazendo a Sua vontade. Para tal, Ele nos deu do Seu Espírito, que derramou de forma abundante o Seu poder (Sua autoridade) para vivermos neste mundo revelando as Suas virtudes. E muito mais que imaginamos, Ele derramou de forma abundante o Seu amor, Sua graça e temos o fruto do Espírito para revelarmos aqui, agora, o Reino de Deus.
O que precisamos fazer? Termos a consciência do perdão, da capacitação recebida, da obra de Deus realizada em nós. E, então, rejeitar a natureza humana, seus desejos e vontades para vivermos neste mundo expressando as virtudes de Deus entre os homens.
Que tenhamos consciência do perdão recebido e do quanto somos miseráveis espiritualmente diante do Pai e que nos submetamos em tudo ao nosso Deus, para ver o Seu querer expresso por meio de nossa vida, quando assim o fazemos, estamos de fato, buscando o reino de Deus em primeiro lugar em nossas vidas.
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