Compreendemos o que está na escritura quando ela fala da igreja, da assembléia dos santos, da comunhão requerida, mas não conseguimos transformar este conhecimento, esta teoria em prática, no nosso dia a dia. Tratamos a igreja como uma instituição humana que está a nosso serviço e onde podemos nos servir das pessoas para alcançar os nossos sonhos. Não a vemos como um lugar da família, onde somos membros uns dos outros e onde devemos servir uns aos outros para a edificação para sermos expressão do Deus vivo e verdadeiro.
Enquanto não compreendermos que a igreja é o corpo (isto em uma realidade prática), que somos membros deste corpo, que somos a família de Deus e que não se trata de lugar onde recebemos serviço, onde temos um objetivo a ser alcançado, onde queremos ser reconhecidos, mas, um lugar onde se revela a Deus, e que os relacionamentos têm a função de manifestar as Suas virtudes, nunca compreenderemos o que Paulo escreveu na sua carta aos romanos, no capítulo 15, versos 1 e 2, que diz: “Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele. A fim de edificá-lo.” (Romanos 15:1-2, NVI).
Se não entendermos que a razão de nossa existência é servirmos uns aos outros, servirmos para a edificação, para o crescimento para que cada um, no desempenho da sua função, cumpra o seu papel e seja edificado para que expressemos a Cristo. Pois é pela igreja que se revela nos relacionamentos entre os membros (nós) as virtudes de Deus. Temos que entender que a igreja existe não para ser lugar de satisfazer os nossos desejos egoístas, mas instrumento de Deus para servir o mundo.
Somente ao entendermos o significado de corpo é que entenderemos o que Paulo escreveu sobre aceitarmos uns aos outros e o que significa a palavra amor no dicionário de Deus, como está no verso 7: “Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma com que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus.” (Romanos 15:7, NVI).
Esta atitude requer reposicionamento, transformação pela renovação da mente, olharmos as coisas sobre uma perspectiva diferente (a divina e não humana). Precisamos parar de olhar na perspectiva de serviço, de receber, de ser abençoado. Igreja não é lugar para receber, mas para dar, para servir, para viver em favor do outro. Fazermos isso é a única forma de mostrarmos o significado de amor como é de nós esperado por Deus e a única maneira de revelarmos Deus ao mundo. Andarmos na perspectiva humana implica que sempre estaremos esperando ser servido pelos outros e dos outros para o alcance de nossos objetivos pessoais e não os propósitos de Deus.
https://soundcloud.com/sdt_vigilato/aprendendo-a-olhar-a-igreja-com-outros-olhos