Quando lemos na carta aos romanos, no capítulo 9, no verso 15, o que Paulo escreveu, devemos refletir sobre o que de fato entendemos, como reagimos, o que pensamos e como isto impacta na nossa vida, como está escrito: “Pois ele diz a Moisés: ‘Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão’. Portanto isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.” (Romanos 9:15, NVI)
Quando pensamos sobre o aspecto da salvação, de ser aceito por Deus, de podermos viver a eternidade com Ele, temos que compreender que não depende do nosso esforço. Não são as nossas boas obras que irão nos salvar, não são as nossas ações que farão com que Deus nos aceite.
Temos que entender, como escrito um pouco antes nesta carta, somos salvos pela graça de Deus. O ato da salvação, da reconciliação, do perdão, não depende de nós, mas de Deus, do que fez, da obra de Jesus na cruz, Sua morte em nosso lugar. A salvação, a reconciliação com Deus, é um ato da Sua graça por meio da fé em Jesus Cristo, não existe outra maneira e não depende do que possamos fazer.
Tá bom, podemos dizer, isto compreendemos, mas tendo sido salvo está resolvido? Não, este é o outro lado que precisamos entender. Não se trata somente de declararmos a fé que temos, mas, a expressão da nossa fé por meio das nossas ações. Ele nos salvou, nos fez parte da Sua família, nos fez filhos para O revelarmos ao mundo, para sermos seus representantes neste mundo, para reconciliarmos os homens com Ele, para sermos como Ele no mundo perante todos os homens. Mas, podemos perguntar, como pode ser isso?
Isto que precisamos entender. Somos salvos, reconciliados, para revela-Lo. E a salvação é expressa pela maneira como andamos neste mundo (ou seja, nossas obras). E obras devemos entender que somos os instrumentos de Deus, somos o canal que Ele usa para alcançar as pessoas, para servi-las. Mas para isso, fomos capacitados, recebemos o Espirito Santo, que nos ensina e nos faz lembrar de todas as palavras. E mais, Ele nos capacitou, habilitou, nos deu a autoridade para vivermos neste mundo como Deus. E isto, faz, não porque merecemos, mas, como ato de misericórdia.
Tendo sido capacitados, devemos viver neste mundo como Ele. Devemos, portanto abandonar as práticas e ações segundo o pensamento do mundo e nos revestir das Suas obras. Fazer isso significa que devemos santificar o nosso procedimento, devemos buscar a santidade, devemos andar neste mundo fazendo o que Deus faz. Mas a santificação não é para nos aproximarmos de Deus? Não! A santificação é para levarmos Deus até os homens e fazemos isto, pela graça, dependemos Dele, e de nos sujeitar a Ele e a Sua vontade. Isto é misericórdia revelada e manifesta a nós que não somos merecedores.
Fazemos as obras, depois de recebermos a salvação, não para obtermos algo, nem para sermos merecedores e recompensados por Deus, mas simplesmente, para expressarmos o que recebemos Dele, para revela-Lo aos homens, para leva-Lo até os homens. Por isso, precisamos entender o que o autor da carta aos hebreus quis dizer quando afirmou que sem santificação ninguém verá a Deus, pois a santificação é a única forma de expressão da salvação que recebemos devido a graça de Deus por meio da fé em Jesus, portanto, não podemos esquecer de quem somos: filhos para revelar o reino e o Pai aos homens.
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