Temos um conceito equivocado de religião, temos um entendimento errado que perdura na mente e no entendimento do homem que é o oposto do que o verdadeiro Deus deseja que nós tenhamos.

Mesmo usando a bíblia construímos religiões que tem por objetivo satisfazer e atender a mente e o pensamento humano. Não entendemos que a bíblia existe para que possamos conhecer a Deus, e este conhecimento não tem por objetivo satisfazer o nosso ego, nem as nossas necessidades. Todo desejo de conhecimento sobre Deus deve ser para sermos transformados pela palavra e conduzidos ao Seu verdadeiro conhecimento e revelação.

Toda nossa religião é construída na base do fazer alguma coisa para receber. Fazer algo para agradar a “deus”. E tendo feito algo para agradá-lo, então nos tornamos merecedores das recompensas que tanto ansiamos. Esta é a religião que temos em nossa cabeça. Existe uma necessidade de agradar a divindade para ser recompensado, reconhecido e então, premiado. Precisamos fazer algo para acalmá-lo. E tendo feito, então somos abençoados com as nossas colheitas, nossas produções, nosso serviço, somos recompensados e abençoados.

Esta é a religião que nós conhecemos, que defendemos, onde precisamos fazer para provar que somos, e por provarmos que somos, então recebemos a bênção e não somos punidos. Agora se deixarmos de fazer as coisas como agrada ao nosso “deus”, então, seremos punidos e padeceremos as dificuldades. Este conceito de religião é tão antigo quanto ao homem e está espalhado em todas as religiões.

Quando lemos, no antigo testamento, desde a revelação de Deus aos homens, vemos uma religião diferente. Onde não existe a obrigatoriedade de troca de favor. De fazer para receber. De ser digno para ser abençoado. A bênção não está no merecimento, mas na liberalidade, na graça de Deus revelada aos homens, assim como fez com a nação de Israel.

No capítulo 12 de Deuteronômios, no verso 4, podemos ler: “— Não adorem o Senhor, nosso Deus, do jeito que aqueles povos adoram os seus deuses.” (Deuteronômio 12:4, NTLH). E no verso, 7, também lemos: “Ali, na presença do Senhor, nosso Deus, vocês e as suas famílias comerão da carne dos sacrifícios e ficarão alegres porque Deus abençoou todo o trabalho de vocês.” (Deuteronômio 12:7, NTLH).

Existe a condição para não fazer como faziam os povos da terra de Canaã, mas o principal é que eles deveriam fazer os sacrifícios, e comer juntos, e deveriam fazer este momento, como expressão de gratidão não por aquilo que Deus iria conceder ou dar a eles, mas, por ter dado. Todo o dízimo e oferta no velho testamento não está calcado no fazer para receber, mas, por terem recebido, sido abençoados, deveriam expressar esta gratidão, dando os dízimos e ofertas.

Não é diferente nos dias no novo testamento, da nova aliança, onde Deus nos concede do Seu Espírito, nos dá da Sua vida. Ele não faz isso porque merecemos ou porque somos bons, mas, porque nos ama e deseja nos abençoar. Precisamos entender que Deus nos faz sem que tenhamos qualquer merecimento.

E precisamos entender que por recebermos tão grande graça, não temos outra maneira de expressar esta gratidão que não seja, vivendo segundo a Sua vontade, conforme o Seu querer, pois nos habilitou e nos capacitou para vivermos neste mundo, entre os homens, como Ele, manifestando e revelando a Sua graça, misericórdia e Sua vida entre os homens.

Precisamos refletir sobre que tipo de religião temos vivido. A religião dos homens, ou a de Deus, que tem por propósito revelá-Lo ao mundo.

https://soundcloud.com/sdt_vigilato/religiao-de-deus-x-religiao-dos-homens