Tiago fez a seguinte afirmação: “Portanto, comete pecado a pessoa que sabe fazer o bem e não faz.” (Tiago 4:17, NTLH).
Por que é pecado não fazer o bem sabendo que devemos fazer?
Pelo motivo de estarmos negando a natureza de Deus que afirmamos ter recebido. Queremos culpá-Lo pelas atrocidades que tem no mundo, por Ele permitir que tudo isso aconteça, sendo Ele soberano e Senhor sobre todas as coisas, mas não compreendemos qual o nosso papel aqui. Queremos que Deus faça, mas nós mesmos não nos dispomos a fazer e nem a cumprir a Sua vontade.
Tendo recebido da natureza de Deus, da Sua vida, tendo sido feitos filhos, não seria natural agirmos como Ele? Andarmos segundo a Sua vontade? Fazermos o bem aos homens, como Ele fez e se revelou por meio de Jesus Cristo?
Temos um entendimento equivocado do plano e da vontade de Deus. Primeiramente pensamos que Deus irá condenar os homens à morte eterna. Não, isto não irá acontecer. A nossa condenação, a separação de Deus, a nosso morte eterna é resultante não da condenação de Deus, mas do nosso ato de rebeldia com relação à Sua vontade. Não se trata somente do que Adão fez, mas do que nós continuamos a fazer ao nos rebelarmos contra a vontade de Deus, da salvação e reconciliação que Ele concede por Sua graça por meio da fé em Jesus Cristo. Quando não nos submetemos a esta Sua vontade, a esta oferta de reconciliação, quando não aceitamos a Sua justiça estabelecida na cruz onde somos reconciliados e queremos alcançá-la por meio de nossas obras, nosso esforço próprio, estamos nos rebelando quanto a vontade de Deus. Mas se nos sujeitamos, se recebemos, se nos submetemos a esta vontade, nos colocando debaixo do Seu senhorio, então recebemos da Sua vida, da Sua natureza e temos, como que por obrigação natural, viver segundo a Sua vontade, fazendo o que seja o Seu querer.
E a vontade de Deus é que façamos as Suas obras, obras de justiça, que tem o propósito de fazer o bem às pessoas, ajudando-as, suprindo as suas necessidades, consolando, confortando, repartindo o que temos recebido em abundância. Temos que entender que precisamos abençoar as pessoas, e fazemos isso quando praticamos o bem, quando revelamos misericórdia, graça, bondade para com as vidas, e não quando julgamos e condenamos.
Sabendo que este é o nosso papel no mundo: fazer a vontade de Deus ser cumprida aqui na terra como é realizada no céus e não fazemos, estamos pecando. Temos que compreender que vivemos o tempo da graça, o tempo da reconciliação, temos que nos compadecer das pessoas, de sua cegueira espiritual, precisamos ser luz, precisamos fazer diferença neste mundo, sendo sal, trazendo e revelando pelos nossos atos e palavras, e principalmente por meio da comunhão entre os irmãos, revelarmos o Senhor Jesus a todas as pessoas para que alcancem a salvação, o perdão do pecado e a reconciliação com o Pai.
Quando sabemos o que devemos fazer e não o praticamos, estamos pecando, pois negamos a natureza de Deus que nos foi concedida em Cristo Jesus. Não seremos repreendidos pelos milagras, curas, liturgias e ofertas que fizemos ou deixamos de fazer, seremos repreendidos pelo bem que deixamos de fazer para as pessoas, sabendo que tínhamos que fazer.
Precisamos santificar os nossos procedimentos, buscar entendimento, sermos semelhantes ao Senhor, temos que correr rumo a plenitude de Cristo, para que em tudo Deus se revele por nosso intermédio ao mundo, e assim, levemos a todos os homens, em palavras e ações, toda a vida de nosso Deus.