O tempo da justiça de Deus

Quando lemos o livro de salmos e observamos palavras de Davi como a seguir, nos colocamos muitas vezes no lugar dele e pedimos as mesmas coisas, não é verdade? “Ó Senhor Deus, tu és o juiz de todas as pessoas. Julga a meu favor, pois sou inocente e correto. Eu te peço que acabes com a maldade dos maus e que recompenses os que são direitos. Pois tu és Deus justo e julgas os nossos pensamentos e desejos.” (Salmos 7:8-9, NTLH).

Não agimos e não pensamos como Davi? Não queremos que Deus estabeleça a Sua “justiça”, justiça que entendemos como a punição dos maus? Como a condenação dos que praticam maldades, oprimem os pobres, roubam dos que não tem, cerceiam e obscurem o direito?

Precisamos compreender o que seja justiça, segundo Deus. Não se trata de punir o culpado, de aniquilar o que torce o direiro. Quando lemos no sermão da montanha (Mt 5:44-45), fica o questionamento sobre o que é justiça e quando haverá a destruição do mau. Precisamos compreender o tempo de Deus e como filhos, sermos imitadores desta justiça.

Quando observamos a nossa situação e a obra salvadora de Deus por meio de Jesus Cristo, na cruz, onde Ele cumpre a Sua justiça, o que podemos imaginar? Estamos mortos, separados de Deus, sem qualquer condição para nos reconciliar. Ele faz o quê? Nos condena? Não! Já estávamos condenados, mortos e separados de Deus. Ele providencia o meio, a forma de nos reconciliar com Ele. Ele não condena, mas reconcilia, dá da Sua vida, Ele reparte conosco da Sua vida, nos capacitando para viver o Seu reino e a Sua vontade. A Justiça de Deus é de dar não à condenação, mas no repartir, no ajudar, no suprir, no reconciliar.

Quando queremos a destruição das pessoas, a condenação das mesmas, porque elas representam e agem em favor do mau, nós não entendemos a justiça de Deus, nós ainda raciocinamos segundo a justiça do mundo. Por que pleiteamos a condenação à morte do assassino? Porque queremos condenar e não salvar. Porque achamos que o mesmonão é digno do perdão, nem do amor, e muito menos da graça de Deus quem tamanho ultraje praticou, entendemos? Passamos a ser juízes e não cumprimos o nosso papel. Jesus disse que veio não para condenar, mas para salvar. Nós fomos encarregados por Jesus de cumprir o mesmo papel. Estamos aqui como reconciliadores dos homens com Deus, como embaixadores do reino, como sacerdotes, portanto, nosso papel não é condenar o culpado, mas salvar o culpado e acabar com o mau que nos cerca. É papel da igreja aniquilar o mau, mas como ela faz isso e como cumpre este papel?

Temos a vida de Zaqueu (Lc 19:1-10). O que era ele? As pessoas gostavam dele? Não, pois era a expressão de todo o mau que poderia ter em sua época e da prática de todo tipo de injustiça. Quando Jesus chamou o e disse que iria comer em sua casa, o que o povo falou? O que Zaqueu fez? Ele falou para Jesus que iria dar a metade do que tinha para os pobres (repartir) e se tinha defraudado (roubado alguém) iria devolver quatro vezes (ao fazer isto, ele estava excedendo a lei, pois a lei determinava que deveria ser devolvido o dobro). Jesus ao salvar aquele homem o que fez? Aniquilou o mau e salvou o perdido.

Entendemos este ponto? Entendemos que este é o nosso papel como igreja? Compreendemos que é nossa função salvar o perdido e não condená-lo. Que a igreja tem a função de acabar com o mau, praticando a justiça de Deus. E que a justiça de Deus se realiza quando repartimos, quando ajudamos, quando não agimos com egoísmo?

Precisamos entender que o tempo da justiça de Deus é hoje, é este momento e ela, nos nossos dias se realiza por meio da igreja, do corpo de Cristo, por meio dos membros do corpo de Cristo. Temos que ter este entendimento e levar todos ao crescimento e à compreensão de seu papel. Temos que correr a carreira que nos é proposta, sendo semelhante a Jesus. Temos que santificar os nossos procedimentos para que a vida de nosso Deus seja observada em nós e através de nós.