“O povo ficou ali olhando, e os líderes judeus zombavam de Jesus, dizendo: — Ele salvou os outros. Que salve a si mesmo, se é, de fato, o Messias que Deus escolheu!” (Lucas 23:35, NTLH). “e diziam: — Se você é o rei dos judeus, salve a você mesmo!” (Lucas 23:37, NTLH)
“Ele não está aqui, mas foi ressuscitado. Lembrem que, quando estava na Galiléia, ele disse a vocês: “O Filho do Homem precisa ser entregue aos pecadores, precisa ser crucificado e precisa ressuscitar no terceiro dia”. Então as mulheres lembraram das palavras dele” (Lucas 24:6-8, NTLH). “Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram abertos, e eles reconheceram Jesus. Mas ele desapareceu. Então eles disseram um para o outro: — Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas?” (Lucas 24:30-32, NTLH).
Duas situações diferentes, um grupo não tinha andado com Jesus e outro que tinha. Nenhum deles puderam enxergar o óbvio do momento? Ambos grupos estavam com expectativas que não foram atendidas. O grupo que havia andado com Jesus puderam, depois de alguma situação reconhecer e lembrar das palavras; mas a expectativa humana quanto a ser ele o Messias, quanto a ser o que iria redimir a Israel tinha sido frustrada.
Mas, o que importa nisto tudo é compreender por que não enxergamos o óbvio? O que nos impede de ver a realidade? Por que vemos tudo meio obscuro?
Nós não enxergamos por algumas razões, e dentre as várias podemos destacar alguns aspectos importantes que precisamos compreender. Primeiro, nossa mente, fechada e restrita ao atendimento de nossa expectativa. Tanto os religiosos como os que seguiam a Jesus esperavam um Messias, focaram neste aspecto, tinham a esperança de um Messias que iria redimir a Israel e livrá-los do jugo que estavam submetidos. Quando fizeram isso, lembraram somente das promessas de quem seria, como viria e como resgataria; mas não analisaram o contexto todo da palavra, não lembraram das palavras de Isaias sobre o Messias, sobre como padeceria para resgatar aos homens. E os seguidores, não lembraram de suas palavras, que padeceria e ressucitaria.
O primeiro ponto que precisamos, num contexto como este é não buscarmos o atendimento de nossa expectativa em primeiro lugar; mas esperar em Deus que nos conhece, que nos ama, nos guarda e sabe o que é melhor para nós. Então, precisamos além de lembrar destas promessas, aprender a analisar o momento e a situação que vivemos não simplesmente a luz de algumas passagens; mas ter o contexto inteiro a luz do que fala a palavra de Deus, lembrando de cada ensinamento, de cada palavra proferida. Para isso, precisamos, abrir mão do que esperamos, e conhecer a palavra e as promessas de nosso Deus. Quando assim não fazemos, dificilmente conseguimos enxergar o óbvio do que está acontecendo no momento.
O outro ponto que precisamos estar atentos é que quando aparentemente vemos as nossas expectativas frustatradas, não devemos voltar para ela mesma, e a nos colocar a lamentar, a entrar em um estado depressivo, como se todas as nossas esperanças foram pelo ralo. Quando focamos neste aspecto então veremos nos em uma situação cada vez mais impossível de compreender o que Deus está querendo de nós, e seremos incapazes de agir para realizar o propósito de Deus. Quando tivermos alguma expectativa frustrada (embora não devíamos viver com expectativas diferentes das que a palavra tem para nós), devemos não voltar para nós mesmos; mas nos colocar diante do Pai e pedirmos para o abrir o nosso entendimento, para nos ajudar a lembrar da sua palavra. Quando assim fazemos, seremos confortados e consolados.
Devemos, sim, para não deixarmos de ver o óbvio, conhecer a palavra e suas promessas, mas manter as nossas expectativas naquilo que são as promessas para os cristãos que foram proferidas por Jesus e seus discípulos, nada mais, nada menos. Buscar o atendimento de expectativas humanas e restringindo a certas promessas, não exergaremos o óbvio do que Deus deseja nos mostrar e viveremos na carne.