Dominar o pecado

Deus falando a Caim afirma o seguinte: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito?  Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado  jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. ” (Gênesis 4:7, BEARA).

Tendo Deus falado tal coisa para Caim, o que podemos deduzir para a nossa vida? É possível dominar o pecado?

Sim, é possível dominar o pecado e não sucumbir à sua pressão sobre a nossa vida, o que precisamos ter consciência para não nos deixar dominar pelo pecado e sim, rejeitá-lo?

Quando olhamos a vida de homens na bíblia podemos observar os que resistiram e fugiram do pecado, como temos os que se deixaram dominar. Foi o caso de Caim, Davi, Salomão, e tantos outros, mas temos também, o exemplo de José que resistiu a ele.

O que precisamos entender é que dominar o pecado não é uma batalha realizada uma vez só na vida, mas é a nossa luta de todos os dias, em todo instante, é uma luta permanente enquanto estivermos neste corpo, neste mundo. A natureza humana é propensa a prática do pecado e a nossa luta é justamente para que ela  não domine sobre a nossa vida.

Então, como podemos tornar esta luta de forma a ser vitoriosa para o reino de Deus, para a glória e louvor do nome do Pai?

Temos que ter entendimento da obra de Deus, do milagre realizado e de quem somos, como o nosso papel neste mundo. Este é o primeiro passo. Deus prometeu, através de Ezequiel que nos daria um novo coração, um coração de carne, e Ele escreveria a Sua lei e os seus mandamentos no nosso coração e mente. Jesus disse que para fazermos parte do reino de Deus, teríamos que nascer de novo. E também afirmou que o Consolador, o Espírito Santo, viria para nos ajudar, nos fazer lembrar de todas as suas palavras. Também, podemos ler, na carta que Pedro escreveu que recebemos de Deus, no novo nascimento, na reconciliação, toda a capacitação para vivermos segundo a vontade, a natureza divina, que nos foi dada.

Lemos na carta aos Romanos, que fomos libertos, pelo sangue de Cristo, do poder, do domínio do pecado. Tendo sido libertos, temos que viver para o reino de Deus, conforme a natureza divina. Em todas as cartas, somos chamados para um procedimento santo, para uma vida de santificação. E lemos na carta de Pedro que fomos libertos do poder das trevas e transportados para o reino de Deus para proclamarmos as Suas virtudes.

Por que podemos dominar o pecado? Não sucumbir, e não oferecer a nossa vida, os nossos membros a prática do pecado? Porque fomos feitos novas criaturas, fomos capacitados, libertos do domínio do pecado, fomos habilitados para viver segundo a natureza de Deus. Este é o aspecto fundamental que temos que  entender. Precisamos transformar pela renovação da mente. Enquanto não tivermos esta consciência de libertação, de cura,  e compreensão que existimos para revelar o reino de Deus e as Suas virtudes, não nos empreenderemos em cumprir este propósito.

Tendo esta consciência, precisamos, então, nos empenhar na carreira proposta, que é a santificação, que é a busca da semelhança com o Senhor Jesus. E para que isto aconteça, precisamos fazer morrer a natureza humana, precisamos rejeitar tudo que procede do coração segundo a natureza pecaminosa. Rejeitando estas coisas e adotando as práticas que são inerentes aos filhos de Deus é o segundo aspecto que precisamos adotar em nossa vida, isto é, precisamos sujeitar a Deus. Se sujeitar a Deus significa estar debaixo da Sua vontade. Somente estando sujeitos a Deus, reconhecendo o Senhorio de Jesus é que seremos capazes de resistir ao diabo.

Mas o que significa a ação de resistir ao diabo? Qualquer coisa que não nos leve à prática do pecado, como fugir, que foi o que José fez. Lutar, como Jesus fez no Getsemani, ao ponto de gotas de sangue sair de seu corpo.

A nossa luta contra o pecado deve levar em conta o que o autor de Hebreus escreveu: ” Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue  e estais esquecidos  da exortação que, como a filhos, discorre convosco:  Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado;  porque o Senhor corrige  a quem ama e açoita a todo filho  a quem recebe.  É para disciplina  que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?  Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos.  Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos?  Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da Sua santidade.  Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados,  fruto de justiça.  Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos;  e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. ” (Hebreus 12:4-13, BEARA)