Entendendo o porquê da purificação

Quando pensamos em santificação, em separação, na cabeça de muitas pessoas ainda vem a ideia que foi propagada na velha aliança, como foi o papel exclusivo, tanto dos levitas como dos sacerdotes e que ninguém mais poderia realizá-lo. E também, era requerido destes uma separação, uma santificação para realizar o serviço, como podemos ler: ” Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os;” (Números 8:6, BEARA). ” Quando o tabernáculo partir, os levitas o desarmarão; e, quando assentar no arraial, os levitas o armarão; o estranho que se aproximar morrerá.” (Números 1:51, BEARA). ” Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que se dediquem só ao seu sacerdócio, e o estranho que se aproximar morrerá. ” (Números 3:10, BEARA).

Mas e no contexto da igreja, da nova aliança, as mesmas coisas são exigidas, a mesma separação, mas como é possível? Como devemos viver e o que significa esta “separação”? Por que precisamos santificar os nossos atos? Por que temos que revelar procedimento santo? O que significa a separação, se como Jesus, temos que estar no meio dos pecadores?

Na carta aos Colossenses podemos ler: ” agora, porém, vos reconciliou  no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,” (Colossenses 1:22, BEARA). E o que tem isto com a necessidade de santificação?

Precisamos entender que a purificação é resultante da obra de Jesus na cruz, da Sua morte, do Seu sangue vertido. O perdão do pecado, a purificação, o ser reconciliado com Deus depende da obra de Jesus, do que Ele fez. Na realidade espiritual somos curados, restaurados e purificados de nossos pecados por meio do que Jesus realizou na cruz para nos reconciliar com Deus. O Seu sangue é que nos apresenta diante do Pai: santos, inculpáveis e irrepreensíveis. Somos aceitos no reino de Deus não pelo que fazemos, não por nossas obras, mas única e exclusivamente pela obra de Jesus na cruz, morrendo em nosso lugar. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Mas para que esta obra seja uma realidade espiritual na nossa vida, temos que nos submeter a Cristo, reconhecê-lo como Salvador e Senhor de nossa vida, compreender que morremos com Ele na cruz, que foi o nosso velho homem, a natureza humana e pecadora, crucificada com Cristo na cruz. Isto é algo que aceitamos pela fé em Cristo Jesus. A salvação, a reconciliação com Deus é dependente da graça de Deus, por meio da fé em Jesus Cristo.

Mas tendo sido salvos, sendo aceitos por Deus, por que temos que ser separados, sermos santos em nosso procedimento?

Entendendo que na salvação somos reconciliados, somos feitos filhos de Deus, recebemos da Sua natureza e vida e que fazemos parte do reino de Dele, somos sacerdotes, reconciliadores dos homens com Ele, somos propriedade exclusiva de Deus, e que Ele fez em nós morada, somos, como igreja, como a assembleia dos santos, o tempo do Espírito Santo, não nos resta alternativa que viver neste mundo o reino de Deus, revelando e manifestando as Suas verdades. Temos, como cidadãos do reino, viver como tal, precisamos revelar as virtudes de Deus, temos que fazer as Suas obras, que fazer cumprida a oração do “Pai Nosso”, onde pedimos que a Sua vontade seja realizada na terra como é nos céus.

Tendo esta responsabilidade, não podemos viver no mundo da mesma maneira que vivíamos anteriormente. Não podemos andar como andávamos, não podemos priorizar o que priorizávamos. Agora como filhos, temos que revelar a natureza de Deus em tudo o que fizermos. Vivemos no mundo, mas não podemos ser do mundo,  não podemos fazer o que o mundo faz, não podemos fazer as obras dos homens e nem andar segundo um pensando egoísta, cheios de orgulho, arrogância, hipocrisia, não podemos revelar as obras da carne, mas do Espírito.

Se temos que revelar as obras do Espírito, manifestar as virtudes do reino, então precisamos mudar o nosso procedimento, mas não exteriormente somente, precisamos levar o homem espiritual, nascido de novo, nascido do Espírito, ser uma realidade através de nossos membros. Precisamos entender e lembrar sempre que santificamos não para sermos aceitos por Deus, mas simplesmente, para revelar Deus por meio de nossos atos e palavras.

O nosso papel neste mundo, como igreja do Senhor, é vivermos como cidadãos do reino de Deus, revelando o Seu amor entre os homens. A expressão, a manifestação de Deus ao mundo se dá por meio da igreja, através da nossa vida, do que fazemos entre aqui.

No aspecto espiritual fomos purificados e separados para Deus e para o Seu reino, já no plano material, visível deste mundo, precisamos materializar toda esta realidade espiritual que fomos inseridos. E isto é possível através da santificação, santificação dos nossos procedimentos, para que Jesus possa ser visto, para que o nosso Deus, seja conhecido por meio de nossas obras,  para que ao fazermos as obras de Deus, O levemos a todos os homens.