Agradecimento e maldição

Tiago escrevendo sua carta afirma o seguinte: “Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. Por acaso pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? Meus irmãos, por acaso pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce.” (Tiago 3:10-12, NTLH).

Temos que compreender que o aspecto acima se trata da natureza, de quem somos. Quando entendemos que recebemos de Deus um novo coração, um coração segundo Sua vontade, que guarda os Seus mandamentos, que tem o mesmo caráter de Deus, então o que devemos esperar de nós mesmos é que façamos as Suas obras.

Fazer a obra de Deus (entendendo que fazer a obra de Deus, é sermos Seus imitadores) significa que agimos, manifestamos através de nossa boca, nossos membros as mesmas coisas que Deus revela quando age. Não dá para falarmos que somos filhos de Deus se somos egoístas, se permanecemos como egoístas tendo a consciência que Ele nos libertou de todo tipo de pecado, nos concedeu da Sua natureza, nos fez participantes da Sua vida, escreveu Suas leis em nosso coração, este que recebemos no novo nascimento.

Não dá para falarmos que somos filhos de Deus, que recebemos a salvação, que somos discípulos de Jesus, se não tomamos a nossa cruz e morremos para tudo que tem procedência na carne, no pensamento humano. É obrigação natural de quem é filho revelar as obras de Deus, manifestar as Suas virtudes, fazer o bem para as pessoas, independente de quem são e se são ou não merecedores. Quando exercermos misericórdia, não estamos olhando para quem e nem se merece, assim como Deus fez conosco, temos que fazer para com o próximo.

E de nossa boca? O que temos proferido? Temos abençoado? Ou temos condenado aqueles que não são como nós, não pensam com nós? Temos proferido maldição para com aqueles que se opõem a sã doutrina? É nossa competência e responsabilidade fazer isso? Somos juízes? Qual o nosso papel com relação àqueles que estão cegos e perdidos nos valores e pensamentos deste mundo, escravos de toda sorte de paixão e corrupção?

Não dá para afirmarmos que somos filhos, tendo a consciência que algo não é da vontade de Deus e continuarmos a fazer porque temos colocado o nosso pensamento, nossa religião acima da justiça de Deus. Fomos chamados para sermos filhos para praticarmos as obras de Deus, para revelarmos o Seu reino e para proclamarmos sobre a vida das pessoas bênçãos e a grandiosidade de nosso Deus. Agora, temos que entender que não dá para falar sobre Deus, Suas virtudes e também, proferir da mesma boca a maldição contra o próximo. Fomos libertos do poder das trevas, fomos santificados pelo sangue de Cristo para que em nossas ações e palavras revelemos o reino de Deus entre os homens.

Vamos parar, refletir e lembrar de quem somos em Deus, a Sua obra em nossa vida e nosso papel neste mundo de levar a salvação, a vida de Deus a todos os homens, independente de quem são, de onde estão e quais as suas convicções. Nos aperfeiçoamos para revelarmos Deus através de nós. E fazemos isto pelo poder de Deus concedido pelo Espírito Santo que em nós habita, para nos ajudar no amadurecimento.