Entre o egoísmo e a maturidade

Podemos ver um exemplo de imaturidade e falta de preocupação com as próximas gerações na vida de Ezequias, que podemos ler no livro de Isaías: “— O que foi que eles viram no palácio? — perguntou Isaías. O rei respondeu: — Viram tudo. Não houve nada nos depósitos que eu não lhes mostrasse. Então Isaías disse ao rei: — O Senhor Todo-Poderoso diz que vai chegar o tempo em que tudo aquilo que há no seu palácio, isto é, tudo o que os seus antepassados juntaram até hoje, será levado para a Babilônia. Não ficará nada. Alguns dos seus próprios filhos serão levados como prisioneiros e feitos eunucos para trabalhar no palácio do rei da Babilônia. O rei Ezequias entendeu que isso queria dizer que durante a vida dele haveria paz e segurança. Por isso, disse: — A mensagem do Senhor que você me deu é boa.” (Isaías 39:4-8, NTLH).

Quantos de nós temos agido da mesma maneira que Ezequias? Quantos de nós não estamos preocupados em passar adiante o legado que recebemos, o conhecimento que temos? Quantos de nós tem agido, pensado somente no hoje, no agora, e no atendimento de nossos desejos sem nos preocuparmos com os nossos filhos, sua geração e se estão preparados para continuar os processos de Deus?

Precisamos amadurecer, precisamos parar de pensar somente em nós mesmos, nos nossos sonhos, no dia de hoje, no cumprimento dos nossos dias de “paz”. Se não compreendemos nossa responsabiliade perante Deus, perante os homens e perante a próxima geração, não nos preocuparemos em formá-los, em revelar Deus, e em conduzir todos ao conhecimento da verdade.

A maturidade é revelada pela idoneidade. A expressão da vontade de Deus em nossa vida, não se trata de idade, mas de entendimento do nosso papel, de sermos modelos, de sermos exemplo, testemunhas vivas da verdade, da vida, do caráter e dos valores de Deus neste mundo. Na carta de Paulo a Timóteo, podemos observar esta recomendação, quando ele fala para não deixar que ninguém despreze o fato dele ser jovem: “Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que creem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza.” (1 Timóteo 4:12, NTLH).

Quando somos maduros? Quando somos velhos? Não, mas quando revelamos Deus através de nossas atitudes, quando somos bons exemplos, quando revelamos o amor e a justiça de Deus por meio de nossas obras, quando somos exemplos para os filhos de Deus para que cheguem à maturidade, quando demonstramos compaixão pelas vidas que nos cercam e as conduzimos na expressão da vontade e do querer de Deus.

Quando deixamos de ser egoístas e passamos a ser maduros? Quando abandonamos o cuidado conosco, com a busca de nossos desejos, mesmo que sejam de reconhecimento, e focamos a nossa vida no serviço ao próximo, quando demonstramos a compaixão e nos embuímos na nossa jornada de santificação, para que revelemos Deus àqueles que ainda não conhecem, quando nos preocupamos em preparar os jovens da próxima geração para serem modelos, exemplos, e testemunhas vivas do reino de Deus neste mundo. E fazemos isso, quando nos preocupamos com os processos de Deus e não com os resultados imediatos, quando ensinamos, vivenciamos a qualidade de vida de igreja, e não simplesmente termos pessoas em grande quantidade nos cercando. Somos maduros, quando olhamos o autor e consumador da nossa fé!!