Não guardar a palavra

Jesus falando aos Seus discípulos afirmou: ” Se me amais, guardareis os meus mandamentos. ” (João 14:15, BEARA) e também, falou: ” Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou. ” (João 14:24, BEARA). Guardar no sentido de reservar, de manter, de observar.

Em outras versões, em vez de guardar, está a palavra “obedecer”.

A obediência está relacionada a uma questão de amor, mas também, com a questão do medo, medo da punição da condenação.

Quando lemos e analisamos os mandamentos do Senhor como os encaramos? Devemos obedecer? Sim! Mas por que? Por que devemos obedecer? Porque queremos a recompensa? Por não querermos perder a benção? Medo da condenação? Porque queremos receber o prêmio?

Ou obedecemos porque reconhecemos quem somos, a natureza que recebemos de Deus, a capacitação que temos para cumprir e viver segundo o coração de Deus? Obedecemos como expressão de gratidão e da capacitação recebida? Quando o obedecer está relacionado ao aspecto de guardar, de reter, de absorver, de compreender o que recebemos o que temos e fazemos como expressão de amor, de reconhecimento do que Deus fez, da convicção que nos habilitou para viver e fazer segundo o Seu coração, porque nos deu um novo coração.

O andar segundo a natureza de Deus que expressa obediência, viver segundo a Sua natureza, o reconhecimento que os juizos, os mandamentos de Deus estão e foram escritos em nossos corações. Quando compreendemos isto, entendemos que obedecer é resultante do reconhecimento de quem somos. É a expressão máxima de amor, de honrar, de querer que o nome de Deus seja glorificado. É a revelação da gratidão por tudo que Deus fez e nos concedeu, como expressão de graça e amor por nós.

A desobediência implica o não reconhecimento de quem é Deus, do que fez por nós, da gratidão por Sua obra para nos resgatar do poder das trevas e nos levar para o Seu reino. Não obedecemos por que tratamos Deus como uma divindade, onde existe e buscamos uma relação de troca, a busca do atendimento de nossa necessidade. É o tratar Deus através de negociata, do fazer para receber. Do achar desprezível a obra de Deus, pois revelamos pelas nossas atitudes que não O reconhecemos de fato como Deus, como digno de honra, pois não somos tão miseráveis como deveríamos nos considerar.

Não obedecemos quando não existe gratidão em nosso coração, quando não reconhecemos o que Deus fez e nos concedeu em Cristo Jesus. Enquanto acharmos que somos bons, que não somos tão transgressores, então, não haverá importância no obedecer a Deus.

Agora, se queremos honrá-lO, se queremos que a nossa vida seja uma expressão de amor, de louvor e para a glória do Pai, então temos que ser, primeiramente gratos, profundamente gratos, por tudo que Ele fez por nós, é reconhecermos a obra salvadora e a capacitação recebida, é reconhecer que Ele é Senhor é digno de toda honra e glória, é compreendermos que mesmo não merecendo, Ele nos transportou para o Seu reino, nos fez filhos, nos habilitou e nos capacitou para vivermos uma vida conforme a Sua natureza. Tendo recebido tudo isso, gratuitamente, por meio da fé em Jesus Cristo, então não temos outra coisa que fazer que não seja guardar os Seus mandamentos e obedecer, ou seja, andar segundo o Seu coração, glorificando e exaltando em tudo o Seu santo nome.