Expressão de respeito e honra

A carta de Paulo a Filemon traz em suas palavras uma expressão profunda de respeito e honra ao irmão. Embora podendo exigir de Filemon obediência, ele decide por clamar por um favor em relação a Onésimo: “Por isso, como seu irmão em Cristo, eu sei que tenho o direito de exigir o que você deve fazer. Mas o amor que tenho por você me obriga a lhe fazer apenas um pedido. … ” (Filemon 8-9, NTLH). E afirma “Porém não vou fazer nada sem a aprovação de você, para que o favor que eu lhe estou pedindo não seja feito por obrigação, mas por sua livre vontade.” (Filemon 14, NTLH)

Somos capazes de ter a mesma atitude? Somos capazes diante das situações ter o mesmo comportamento de Paulo com relação ao irmão? Somos capazes de solicitar como um favor e não exigir como de direito teríamos?

Precisamos entender estas coisas simples do evangelho. Paulo em sua atitude não estava agindo em nada diferente do Seu Deus. Este tipo de atitude, que não tem nada a ver com o pensamento do mundo, e nem com os nossos desejos segundo a carne, são expressão da natureza de Deus. Assim como Deus nos capacita, nos concede do Seu poder, derrama do Seu Espírito, nos habilita para toda a boa obra, Ele não exige que façamos, mas nos conduz em um processo para que façamos o que precisa ser feito, não por obrigação, mas como expressão de amor, de honra, de respeito a quem Ele é. Ele nos ensina sobre Sua soberania, sobre Sua vontade, querer e nos leva em um processo de entendimento para que possamos agir não pelo que achamos, pelo que gostamos, mas por respeitá-Lo e honrá-Lo.

Assim como Ele nos conduz neste processo, e usa para isto o exemplo de outras pessoas, Ele deseja, também, que sejamos Seu instrumento para conduzir outros à obediência e ao realizar da Sua vontade. O viver segundo a natureza de Deus passa a ser uma expressão natural de reconhecimento da habilitação recebida, da obra de Deus operada em nossa vida, e não uma obrigação por pressão e medo. Mas sim uma obrigação natural pelo fato de sermos quem somos em Deus.

Mas, mais que compreendermos quem somos e o que temos que fazer como expressão natural do que Ele fez por nós, devemos no corpo, agirmos da mesma maneira com aqueles que nos cercam. Não é porque temos o entendimento, não é porque sabemos o que precisa ser feito, que necessariamente o irmão ao nosso lado tem o mesmo entendimento. Como ajudá-lo? Como conduzí-lo ao mesmo processo?

Simples, fazendo o mesmo que Paulo: podendo exigir, não fazemos assim, mas pedimos como um favor. Podendo e sabendo que poderiamos exigir, pedimos como um favor. Temos que entender que não se trata de fazer por pressão, mas o outro deve fazer como reconhecimento de quem é em Deus.

Temos que caminhar e ajudar os irmãos a cumprir a caminhada rumo à semelhança com o Senhor Jesus, precisamos conduzir cada um à santificação do procedimento, à expressão do Deus vivo e verdadeiro, e temos que lembrar e ajudar os outros a lembrarem que fazemos esta jornada não na força de nosso braço, mas na exclusiva dependência e na capacitação recebida de Deus que nos concedeu o Seu Espírito que nos ajuda nesta jornada, fazendo-nos lembrar de todas as palavras do Senhor. Caminhemos, portanto, com perseverança para que a vida de Deus se expresse por meio de nosso corpo mortal.