A lei da liberdade

Paulo escrevendo aos gálatas, afirmou: “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo,  o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados,  para nos desarraigar deste mundo perverso,  segundo a vontade de nosso Deus e Pai,” (Gálatas 1:3-4, BEARA). E também, afirmou aos gálatas: “mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres,  aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?  Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.” (Gálatas 4:9-10, BEARA). Podemos ler, também: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. ” (Gálatas 5:1, BEARA). E afirma também, sobre a questão da natureza divina, recebida, e da natureza humana que temos: ” Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.  Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.  Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei.” (Gálatas 5:16-18, BEARA).

Fechando ele declara: “Ora, as obras da carne  são conhecidas e são:  prostituição, impureza, lascívia,  idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,  invejas,  bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.” (Gálatas 5:19-21, BEARA).

O que de fato vem a ser obras da carne, não viver, não andar no Espírito? Se não compreendermos, como ele afirmou no final de sua carta, que diz: “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura.” (Gálatas 6:15, BEARA), não entenderemos o que significa a liberdade recebida, e nos sujeitaremos à escravidão imposta pela religião e toda religiosidade que permeia a natureza humana, e muito menos a escravidão que temos nos submetido, sem a consciência da mesma, por continuarmos cegos e sem entendimento da liberdade e libertação recebida.

Paulo em sua carta aos gálatas está discutindo aspectos da lei, pois haviam judeus que queriam impor obediência a lei e a circuncisão aos irmãos que viviam na Galácia. Nos nossos dias não temos a questão de circuncisão e nem obediência a lei sendo de nós exigidos, mas de muitas outras “leis” e “regras” e “entendimento” equivocado de pessoas ignorantes e que não compreendem a liberdade recebida.

Nossa vida em Cristo não se trata de obediência a regras baseadas em aparência, ou que carregam pensamento humano, que se cercam de frutos da carne, querendo santificar objetos e coisas, como se elas mesmas tivessem poder, atribuindo valor a algo mais que a Deus, e a obra que Ele realizou. Quantas e quantas vezes ouvimos falar e incentivando as pessoas a “doarem contribuições” em troca de água ou objetos para usarmos? Quantas e quantas vezes ouvimos e vimos sobre negociatas com Deus em troca de dízimos e ofertas? Quantas e quantas vezes ouvimos sobre “vestimentas”, “aparências” que devem ser obedecidas que são expressão da vontade humana, ou seja, da carne e que nada tem a ver com o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Precisamos aprender a julgar as coisas segundo a lei da liberdade recebida em Cristo Jesus. Tudo que tentarem impor com regras de aparência está baseada na carne. Nada que seja regido pela lei do amor que recebemos de Deus, para vivermos em comunhão uns com os outros, é estabelecido na carne e segundo o pensamento de homem.

Não existe objetos “santos”, não existe “regras de aparência” que nos faz filhos de Deus. Estas coisas podem nos tornar “religiosos”, mas não santos. Estas coisas nos levam à idolatria, egoísmos escravidão da carne. Por isso, quando Paulo estava escrevendo a carta e afirma que o que vale é ser “nova criatura”, precisamos compreender que temos que viver segundo a lei do amor, a natureza divina, precisamos andar no Espírito e não atender a natureza humana, pois fomos crucificados com Cristo.

Devemos, portanto, parar e refletir sobre o que estamos fazendo, porque estamos fazendo, porque estão nos querendo impor um jugo que não devemos carregar. Tudo na nossa vida deve ser regido pela lei do amor, mas não ao pensamento que podemos fazer tudo que queremos, mas, tudo que não ofende, não magoa, ou seja, que não vá contra o crescimento e amadurecimento do nosso próximo.

Toda a lei se resume em amar a Deus e ao próximo. Esta é a lei da liberdade que fomos chamados, qualquer coisa diferente disto está nos levando a escravidão. E precisamos entender que amar é servir ao próximo no que é bom para a edificação e crescimento do reino de Deus.