Quando nos deixamos guiar por nossa religiosidade, considerando as regras mais importantes que o princípio que as estabeleceu, focando na aparência e esquecendo da essência do ensinamento, deixamos de ver o que é importante e passamos a viver segundo doutrinas e leis que em nada traduzem a vida e a natureza do Criador. Quando assim fazemos, esquecemos das pessoas e passamos a focar nos resultados, objetivos e na aparência, deixando de enxergar verdades eternas.
Não é diferente em nossos dias, como não foi nos dias do Senhor neste mundo, como não era antes Dele. Jesus depois de curar um cego de nascença, em um dia de sábado, suscita uma discussão entre os religiosos e alguns deles afirmam, no capítulo nove, do evangelho de João, no versículo dezesseis: “Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles.” (João 9:16, RA).
Jesus não foi considerado Deus porque não guardou o sábado, porque neste dia, libertou um homem de sua cegueira, porque fez barro com a própria saliva e colocou nos olhos do cego. A libertação daquele homem, a cura de um problema de nascença eram menos importantes do que cumprir uma regra cujo fundamento era forçar as pessoas a descansarem um dia da semana, nada mais, nada menos que isso.
Quantas regras semelhantes a essa temos criado e forçado as pessoas a obedecerem e esquecemos que o exercer a misericórdia, manifestar compaixão, graça e bondade diante dos homens é mais importante que qualquer outra atitude que possamos revelar ou impor às pessoas. Não podemos nos esquecer que revelamos Deus quando manifestamos Suas virtudes às pessoas. Não podemos nos esquecer que temos que andar de modo digno do evangelho e somente fazemos isso, se formos imitadores de Deus.
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