Conhecer a vontade de Deus

A consciência da salvação, o entendimento do perdão e a libertação do domínio do pecado, de que morremos com Cristo na cruz, que fomos ressuscitados com Ele para vivermos em novidade de vida, agora não mais como escravos do pecado, mas como servos da justiça, conduz-nos ao entendimento do nosso papel, a responsabilidade de revelar Deus diante dos homens por meio da igreja, onde fomos inseridos como membros da Sua família.

Compreendendo isto e a obra de Deus, não temos outra coisa a fazer que não buscar, com todo zelo e empenho, o entendimento do querer e da Sua vontade para as nossas vidas. No capítulo doze, nos versos um e dois, Paulo fala sobre isso, como podemos ler: “Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus. Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele.” (Romanos 12:1-2, NTLH).

Não podemos pensar este oferecer no contexto religioso de serviços a realizar, mas, entendendo quem somos, o que recebemos e o nosso papel, devemos como membros do corpo, viver em favor do reino. Temos que ajudar uns aos outros a compreenderem quem são e o seu papel neste mundo, como a responsabilidade de cada um perante os outros para a edificação.

Não vivemos o reino de Deus conforme as regras e pensamento deste mundo, fazendo negociatas, trabalhando com o intuito de obtermos o que desejamos. Não se trata de serviço para alcançar, mas de entendimento de quem somos e o que recebemos, para servir, ajudar, repartir.

Nada que temos, recebemos, que possuímos pode ser pensado na perspectiva de para nós somente. Não somos donos das coisas, não podemos viver neste mundo de forma egoísta e sim repartindo, ajudando, ensinando, sendo modelo para cumprirmos a vontade de Deus.

Temos que estar atentos para ouvir o que Deus está falando e ensinando por meio da Sua palavra, para deixarmos nos conduzir neste processo de mudança da maneira de pensar, do entendimento que temos. Somente nos submetendo à Ele e andando segundo a Sua natureza que experimentaremos em tudo a Sua boa, perfeita e agradável vontade.

Como fazemos isso? É sobre isso que Paulo escreve no restante do capítulo doze, afirmando que somos membros uns dos outros, que devemos colocar os nossos talentos e dons para a edificação uns dos outros e que somos um só corpo, uma só família, a família de Deus. O amor não pode ser fingido, devemos seguir o que é bom, tratar uns aos outros com respeito, trabalhar com entusiasmo, servir ao Senhor com alegria e fazemos isso, quando servimos as pessoas sabendo que estamos fazendo para Ele, ajudando-as em sua jornada. Aguentar com paciência os sofrimentos, orar sempre. Repartir com os necessitados, sermos hospitaleiros. Pedir a Deus que abençoe os que nos amaldiçoam, não sermos orgulhos, não pagar a ninguém mal com mal, procurar ter paz com todas as pessoas, não buscar a vingança, mas se as pessoas que nos perseguem estiverem com fome, devemos dar de comer, se com sede, dar de beber.

Estas coisas como podemos ver, não se tratam de religião e nem serviço religioso, mas expressão de como devemos viver uns com os outros, tanto com aqueles que conhecem a Deus, quanto com aqueles que não O conhecem. Viver o reino, viver a vontade do Pai neste mundo e expressar a Sua natureza e caráter diante de todas as pessoas. Fazendo assim, estamos oferecendo as nossas vidas a Ele e ao cumprir o Seu propósito e também, vivendo de modo digno do evangelho para a glória e louvor do Seu nome.

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