O compromisso de imitar a Cristo

Confundimos imitar a Cristo, fazer a vontade de Deus, ser uma pessoa segundo o Seu coração, como foi Davi, com um modelo de perfeição. Deus não procura pessoas perfeitas, mas, aqueles que reconhecem suas limitações, e principalmente a condição de miserabilidade diante Dele e que dependa inteiramente da Sua graça para cumprir o papel como é do Seu querer.

Paulo escrevendo aos Filipenses, no capítulo três, do verso doze ao quatorze, afirma: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.  Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão,  prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:12-14, RA).

Mas, ao mesmo tempo que ele afirma suas limitações e que não alcançou a perfeição, ele também, convoca as pessoas a serem seus imitadores, como podemos ler no verso dezessete: ” Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.” (Filipenses 3:17, RA).

Precisamos entender que andar neste mundo de acordo com a vontade de Deus, dignos da vocação, não se trata de perfeição, mas de reconhecimento de quem somos, do que já alcançamos em Cristo, e principalmente, de vivermos no reconhecimento da dependência completa do Pai, isto é, em humildade, reconhecendo que nós, por nós mesmos não podemos e nem temos condição de fazer a vontade de Deus pelo nosso esforço.

Na salvação que recebemos pela graça de Deus, por meio da fé em Cristo Jesus, fomos capacitados, recebemos a autoridade, o poder, para vivermos como filhos de Deus, fazendo a Sua vontade, andando de modo digno da vocação.

Andar compromissado com o reino de Deus, implica em vivermos a Sua vontade, revelando as Suas virtudes, independente do que pensamos, achamos ou desejamos. O nosso compromisso é sermos imitadores de Cristo e não comparsas do pecado, vivendo segundo o pensamento deste século, fazendo as obras da carne. Podemos até pecar, mas ele não é algo natural e nem a quem nos submetemos. Rejeitamos toda e qualquer prática do pensamento humano e não nos voltamos para nós mesmos e nem para os nossos desejos, mas para o compromisso de fazer a vontade de Deus.

Como Paulo escreveu nos versos dezessete e dezoito:  ” Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.  O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.  Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,” (Filipenses 3:18-20, RAStr).

A perspectiva de como vivemos, o reconhecimento que não somos cidadãos deste mundo é fundamental para não só vivermos o reino de Deus aqui, como estarmos comprometidos com a Sua vontade, andando segundo o Seu coração, sendo imitadores de Cristo e convocando outros a seguir o exemplo que tem em nós. Fazendo assim, não só estaremos sendo agradáveis ao nosso Deus e Pai, como estaremos andando de modo digno do evangelho.

https://soundcloud.com/caminhar-na-graca/o-compromisso-de-imitar-a-cristo