Sem ou com entendimento equivocado, não chegamos a lugar algum e nem cumprimos a vontade de Deus. Precisamos viver, hoje e agora conforme a vontade de Deus, e para tal, precisamos andar de acordo com a vocação que fomos chamados, revelando a todas as pessoas o Deus que conhecemos e chamamos de Pai.
Paulo escrevendo sobre isso, no capítulo quatro da sua carta aos Efésios, afirma: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,” (Efésios 4:1, BEARA).
O que significa viver de modo digno desta vocação, ou tornarmo-nos dignos desta vocação a que fomos chamados? Como vivemos? E por que temos que viver desta maneira?
O primeiro aspecto importante que temos que entender é que não depende do nosso esforço, da nossa dedicação no sentido de alcançar algo, mas, de expressarmos o que Deus já fez, o que nos deu e como nos capacitou.
Sobre nós, como promessa de Deus ao seu povo, em Ezequiel, podemos ler, no capítulo onze, nos versos dezenove e vinte, que diz: “Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.” (Ezequiel 11:19-20, BEARA).
Em Cristo temos o cumprimento desta promessa, no novo nascimento, recebemos de Deus um novo coração, recebemos do Espírito Santo, o nosso espírito é vivificado, somos reconciliados com o Pai e colocados na Sua presença para vivermos de forma que Lhe agrade, andando segundo o Seu coração.
Isto não depende de nosso esforço, ou de nos tornarmos merecedores da vocação, mas, o meio para expressarmos o chamado que recebemos Dele. Viver de maneira digna, ou nos tornarmos dignos desta vocação é vivermos, como Paulo escreveu nos versos dois e três que diz: “com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;” (Efésios 4:2-3, BEARA).
Viver em humildade implica no reconhecimento da dependência completa de Deus e o entendimento do nosso estado de miserabilidade Dele. Mansidão é o total descanso em Deus, sabendo que Ele tem tudo sob o Seu controle. Longanimidade está na capacidade recebida de sermos tardios em julgar e condenar as pessoas. Suportar, está associado a ajudar, a ser apoio uns para os outros. Preservar a unidade requer de nós o empenho, o sermos diligentes, colocando o propósito de Deus acima dos nossos interesses, vontade e sonhos, inclusive no que tange ao entendimento que temos da vontade de Deus, mas precisamos compreender que temos que ajudar, trazer entendimento aos que estão cegos.
Temos que fazer isso, por causa do que ele escreveu dos versos quatro ao seis que diz: “há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. ” (Efésios 4:4-6, BEARA).
Mas como alcançar, como viver desta maneira que respondamos de forma positiva ao chamado que temos? Sobre isso, Paulo escreveu dos versos onze ao treze, que diz: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,” (Efésios 4:11-13, BEARA).
Foram constituídas pessoas diferentes, com perfil diferente no corpo, para que fôssemos por meio destas pessoas, conduzidos como membros do corpo ao amadurecimento, a expressão do chamado e a revelação do Senhor, por meio da unidade do Corpo, ao mundo.
O outro aspecto importante no nosso desenvolvimento, conduzindo-nos ao amadurecimento, é para que não sejamos levados de um lado para outro por toda sorte de doutrina e pensamento de homens que induzem ao erro. Sobre isso Paulo escreveu dos versos quatorze ao dezesseis, que diz: “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. ” (Efésios 4:14-16, BEARA).
Por isso ele fecha este ensinamento quanto aos aspecto de termos a consciência de que precisamos andar de maneira digna da vocação a que fomos chamados, não podemos continuar a andar da maneira como andávamos quando ainda não tínhamos o conhecimento do Senhor. Não podemos andar segundo o curso e nem o pensamento deste mundo, como ele afirmou no verso dezessete, que diz: ” Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,” (Efésios 4:17, BEARA).
Para que vivamos dignos da vocação chamada precisamos, além de conhecer sobre a vontade do Senhor, entender o nosso papel no corpo para ajudarmos uns aos outros. Precisamos santificar o nosso procedimento para expressarmos o nosso Deus por meio das nossas ações e reações diante das pessoas, revelando por meio da igreja o nosso Senhor ao mundo e assim, andando de maneira digna da vocação chamada.
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