Poderá a fé de alguém ser fingida? A resposta a esta pergunta está na observação das obras que fazemos, ou seja, no resultado da expressão daquilo que afirmamos crer.
Quando lemos a segunda carta de Paulo a Timóteo, no capítulo um, no verso cinco, vemos a recordação que ele tinha acerca da fé deste homem, que diz: “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, … ” (2 Timóteo 1:5, BEARA), e no livro de Jeremias, no capítulo cinco, no verso dois, o profeta fala com relação a jurar falsamente, mas o que significa esta expressão como podemos ler: “Embora digam: Tão certo como vive o Senhor, certamente, juram falso.” (Jeremias 5:2, BEARA).
Precisamos compreender que a fé que afirmamos ter, tem que gerar em nós ação, produzir obra que revela o Deus que afirmamos conhecer e crer. Quando afirmamos que confiamos Nele, devemos expressar essa confiança por meio de atitudes, como Tiago escreveu em sua carta que fé sem obras é uma fé morta, isto é, fingida.
Vamos entender, de forma breve, o que é fé. Ela tem origem em Deus, vem para nós, e em nós gera, ou tem que gerar obra, que volta para Deus. A fé não é nossa, não tem origem em nós, não se trata de pensamento positivo, mas expressão de confiança decorrente de um conhecimento, intimidade e confiança Naquele que fez a promessa.
Por que se origina em Deus? Pelo simples fato de que cremos naquilo que Ele falou. A fé tem origem no ouvir a palavra de Cristo. Por Ele ter falado, prometido, nós confiamos, nós cremos. Então, diante das situações que vivemos, das experiências que temos, das lutas e tribulações que passamos, nós esperamos e descansamos ou agimos conforme a palavra proferida por Ele. Esta atitude, ação, obra que realizamos, conforme a promessa é a expressão de que cremos em Deus, e ao fazermos conforme Ele afirma, nós revelamos o Deus afirmamos conhecer, por isso, a obra que realizamos, não só O expressa, mas faz com que a fé que recebemos Dele volte para Ele, glorificando o Seu nome.
Quando entendemos que a salvação recebida é pela graça, por meio da fé em Cristo Jesus e que não precisamos fazer mais nada para termos o nosso nome escrito no Livro da Vida, isto é a expressão da fé, do crer em Deus. Não vivemos mais pelo temor, ou medo do que possa acontecer após a morte do nosso corpo, mas sim, por esta promessa.
Tendo sido salvos, tendo a consciência e o entendimento conforme o que fala a palavra de Deus que recebemos da natureza divina, que fomos habilitados, capacitados para viver a Sua vontade, que fomos libertos do domínio do pecado e que podemos viver neste mundo a Sua vontade, sermos Seus imitadores, agirmos como Ele perante os homens, isto é, podemos praticar as Suas obras, então, por causa destas promessas, nós fazemos as Suas obras, santificamos o nosso procedimento para expressa-Lo. Isto é fé viva que revela Deus diante dos homens.
Agora, quando se sabendo disto, continuamos a viver uma vida de pecado, rejeitando a jornada de santificação do nosso procedimento e não praticamos o que Deus diz que devemos e temos que fazer, andando de forma egoísta, arrogante, manifestando os frutos da carne e não o fruto do Espírito, então a nossa fé é fingida, é hipócrita e não traduz o conhecimento de Deus, mas somente a expressão de religiosidade segundo o pensamento de homem.
A expressão da verdadeira fé está baseada na seguinte expressão: somos, cremos e fazemos. Somos porque Deus falou, cremos porque conhecemos e confiamos no que Ele falou e fazemos, porque Ele disse que podemos fazer.
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