Palavras e opiniões

Quanto mais jovens somos, mais queremos discutir opinião, argumentamos, defendemos o nosso ponto de vista e, não sendo bastante, queremos impor o que pensamos, abraçamos ideias como verdade absoluta e não olhamos o contexto de quem defende opiniões diferentes da que temos, além de criticarmos e esquecermos qual o nosso papel e o que devemos fazer.

Paulo instruindo a Timóteo em sua primeira carta no capítulo seis, do verso três ao cinco, afirma o seguinte: “Se alguém ensina alguma doutrina diferente e não concorda com as verdadeiras palavras do nosso Senhor Jesus Cristo e com os ensinamentos da nossa religião, essa pessoa está cheia de orgulho e não sabe nada. Discutir e brigar a respeito de palavras é como uma doença nessas pessoas. E daí vêm invejas, brigas, insultos, desconfianças maldosas e discussões sem fim, como costumam fazer as pessoas que perderam o juízo e não têm mais a verdade. Essa gente pensa que a religião é um meio de enriquecer.” (1 Timóteo 6:3-5, NTLH).

Quando entramos em um processo de discutir com pessoas que se afastaram do fundamento do evangelho do nosso Senhor Jesus, não é por meio de palavras e discussões de opinião que iremos convencê-los, pois estão tão convictos do que creem que entenderão mais como uma perseguição do que efetivamente tentativa de ajuda a repensar. No contexto que Paulo está discutindo, ele está tratando daqueles que usam a religião como fonte de lucro. Nós podemos pensar que este aspecto é recente, mas é tão antigo quando ao evangelho anunciado.

Discutir com estas pessoas será uma perda de tempo e não cumpriremos o nosso papel, mas também, precisamos cuidar e nos preocupar com outros assuntos, talvez, não tão críticos, mas que também, divergem da forma como compreendemos o evangelho. Podemos achar que deve ser de uma forma enquanto que o outro pensa de forma diferente.

A nossa argumentação, palavras que possamos proferir irão leva-los a mudar de opinião, ou mesmo a repensar? Não e se acontecer, será um caso em um milhão. Temos que entender que não é opondo ou criticando que levaremos as pessoas a repensarem o que estão fazendo, mas, o que fazemos é que irá fazer a diferença. Talvez o barulho não será tão grande, mas o resultado será muito mais efetivo.

Como minar pensamento equivocado e ensino que contradiz, muito ou pouco, os fundamentos do evangelho? Primeiramente as nossas obras, pois as pessoas aprendem pelo que fazemos, pelo modelo que somos. O nosso exemplo, os frutos que geramos farão grande diferença no repensar das pessoas. O outro fator, que é o segundo ponto, está associado a como abordamos. Não é apresentando argumentação oposta ao que o outro pensa, mas minando os seus pensamentos e ideias. Isto é, ao invés de dizer o que está errado, é levar a pessoa a repensar o que está fazendo, questionando o sobre o seu posicionamento. Como? Fazendo-lhe perguntas sobre as suas ações à luz do que fala as Escrituras de maneira que suas ações sejam por eles mesmos julgadas, diante do que está escrito.

Precisamos aprender a minar as posições de pensamentos divergentes. Precisamos fazer o mesmo com relação a nós e nosso posicionamento diante das Escrituras. Devemos sempre questionar o que fazemos ou pensamos à luz dos textos que lemos sem tirá-los do contexto.

Usando destes recursos, na dependência do Espírito, buscando o conhecimento da palavra é que seremos frutíferos na expressão de nosso Senhor Jesus, pois para viver a Sua vontade fomos capacitados e recebemos a autoridade para viver como Ele perante os homens, o que precisamos é remover de nossa vida todo pensamento religioso e humano que está tão arraigado em nós.

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