A maturidade é um processo que se inicia, quando, na jornada que temos para fazer, compreendemos que precisamos deixar das coisas de criança, precisamos conhecer a Deus e viver a Sua vontade, e principalmente, compreendermos quem somos e o nosso papel neste mundo.

Quando oramos, devemos refletir sobre as nossas palavras, pois elas não são instrumentos para colocarmos diante de Deus as nossas petições, mas também, e principalmente, para que aprendamos a conhecer a nossa maturidade e o quanto temos crescido no Senhor.

Em Salmos cento e nove, dos versos um ao cinco, temos um tipo de oração que expressa imaturidade e falta de compreensão da vontade de Deus, como está escrito: “Eu te louvo, ó Deus. Não fiques assim silencioso. Os maus e os mentirosos falam contra mim e me caluniam. Eles dizem coisas terríveis a meu respeito e me atacam sem motivo nenhum. Eles me acusam, embora eu os ame e tenha orado por eles. Eles pagam o bem com o mal e o amor, com o ódio.” (Salmos 109:1-5, NTLH).

É errado orar assim? É errado pedir que Deus destrua os nossos inimigos que nos perseguem? Não, não é errado, pois primeiro, Deus não irá atender o nosso pedido, segundo, ela serve para compreender o quão maduro ou imaturo e o quanto compreendemos o nosso papel, por isso, a oração é muito útil para que, embora falando com Deus, possamos nos conhecer melhor.

Ao olharmos a vida de Jesus descrita nos evangelhos ou mesmo palavras colocadas pelos apóstolos sobre a Sua vida, podemos refletir o quanto ainda precisamos caminhar para sermos semelhantes a Ele. Nas atitudes, nas Suas palavras, podemos observar que Ele não desejou a morte dos mesmos, não pediu a Deus para que O protegesse, nem usou do Seu poder para os destruir, muito pelo contrário, no  momento mais crítico e de maior sofrimento, Ele pediu para que o Pai não atribuísse a eles os seus pecados. Temos também exemplo semelhante, quando Estevão estava sendo apedrejado, ele fez o mesmo pedido ao Senhor. E nós, somos capazes de pedir a mesma maneira?

Precisamos entender que estamos aqui para revelarmos o Reino, para andarmos segundo a vontade de Deus, para manifestar a Sua justiça, Seu amor pelos homens e não para pedir por sua destruição. Fomos capacitados e habilitados para viver de forma semelhante a Jesus, sendo Seus imitadores.

Quando compreendemos isso, quando conhecemos a vontade de Deus, quando entendemos que somos vasos para honra e expressão do amor e da graça de Deus, então, temos que olhar o que estamos fazendo, inclusive por meio da oração, o quão maduro ou imaturo estamos, e deixando as coisas de meninos, isto é, rejeitando as obras segundo a natureza humana, devemos adotar os valores do reino e andar segundo a vontade do Pai.

Somos filhos para revelar ao mundo o reino de Deus e toda a Sua justiça para que os homens alcancem a salvação, a reconciliação com Ele, e vivam conforme a natureza do Criador.

https://soundcloud.com/sdt_vigilato/imaturidade-de-uma-oracao