Quando lemos o livro de Isaías e suas profecias com relação a nação de Israel, podemos nos pegar a pensar se Deus mudou, pois o que Ele afirma esperar é totalmente diferente do que fazemos. Muitas vezes nos perdemos em nossa religiosidade e achamos que Ele deseja os “nossos serviços religiosos”, mas o que Ele quer e espera de nós, continua sendo o realizar e manifestar a Sua justiça.
Em Isaías, no capítulo um, do verso onze ao dezessete podemos ler: “O Senhor diz: “Eu não quero todos esses sacrifícios que vocês me oferecem. Estou farto de bodes e de animais gordos queimados no altar; estou enjoado do sangue de touros novos, não quero mais carneiros nem cabritos. Quando vocês vêm até a minha presença, quem foi que pediu todo esse corre-corre nos pátios do meu Templo? Não adianta nada me trazerem ofertas; eu odeio o incenso que vocês queimam. Não suporto as Festas da Lua Nova, os sábados e as outras festas religiosas, pois os pecados de vocês estragam tudo isso. As Festas da Lua Nova e os outros dias santos me enchem de nojo; já estou cansado de suportá-los. “Quando vocês levantarem as mãos para orar, eu não olharei para vocês. Ainda que orem muito, eu não os ouvirei, pois os crimes mancharam as mãos de vocês. Lavem-se e purifiquem-se! Não quero mais ver as suas maldades! Parem de fazer o que é mau e aprendam a fazer o que é bom. Tratem os outros com justiça; socorram os que são explorados, defendam os direitos dos órfãos e protejam as viúvas.”” (Isaías 1:11-17, NTLH).
Lendo isso que Isaías escreve, podemos parar e pensar sobre a vontade de Deus e o que temos feito, pois não estamos agindo de forma semelhante a nação de Israel? Não queremos continuar a praticar uma religião que alivia a nossa consciência, mas que em nada traduz a vontade de Deus? Não estamos nos esquecendo a justiça de Deus, do Seu desejo que pratiquemos atos que revelam compaixão, misericórdia e amor pelas vidas, ao invés de continuarmos na prática de “nossos cultos, nossa religiosidade”?
Por isso precisamos aprender a preocupar com os outros, não podemos voltar para nós mesmos, nossos interesses e deixar que outros passem necessidade, não podemos continuar a fazer as nossas orações, cantarmos canções que falam do amor e da justiça de Deus, mas continuarmos no nosso egoísmo e não repartirmos o excesso que nos tem sido confiado para administrarmos como bons despenseiros de Deus e não como se estes recursos fossem para nosso uso exclusivo e bênçãos que são para usarmos em nosso favor. Não podemos deixar de socorrer quem tem sido explorado e nem podemos ser exploradores das pessoas negando os seus direitos. Nem podemos abandonar os órfãos e viúvas, como não enganar, roubar, sonegar, corromper as pessoas.
Temos e necessitamos urgentemente entender que o evangelho não mudou a lei de Deus, somente a ampliou, pois temos que nos sentir verdadeiros responsáveis por andar neste mundo como Deus, por isso, a igreja, o corpo de Cristo, tem papel importante no meio onde está. Nós, a igreja, somos responsáveis pela comunidade, por revelar Deus, por manifestar a justiça, o amor, a misericórdia, a compaixão e a Sua graça diante das pessoas.
Temos que entender que somos os responsáveis, diante da comissão recebida, diante da autoridade dada pelo Espírito de manifestar Deus por meio das nossas obras. Ele não deseja o nosso culto, Ele não precisa disto, mas Ele quer e espera que sejamos filhos e que ajamos como Ele perante os homens para que todos cheguem a salvação, a reconciliação e recebam o perdão do pecado que já foi oferecido por meio de Cristo Jesus na cruz.
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