Opondo a Deus

Temos uma situação incomum em Atos, no capítulo 11, no verso 17, quando Pedro afirma aos irmãos que estavam em Jerusalém, explicando o que havia acontecido em Jope, e ele afirma: “Pois, se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus?” (Atos 11:17, RA).

O que tinha acontecido? Pedro, pelo Espírito, é chamado para pregar aos gentios, pessoas que não eram lícitas a um judeu ter relacionamento, entrar em suas casas. Mas, ele, em obediência, vai e prega sobre a reconciliação com Deus por meio de Jesus Cristo, e estas pessoas se arrependem e são batizadas no Espírito Santo e também, recebem o batismo das águas (batismo de arrependimento).

Pedro no início se opôs, assim como os judeus cristãos de Jerusalém, mas e nós, quantas e quantas vezes estamos diante de situações e por causa de nossa religiosidade, de regras e condições, temos nos oposto ao que Deus tem nos falado e pedido?

Precisamos compreender a essência do evangelho de Jesus Cristo, precisamos compreender o reino de Deus e o Seu desejo para as nossas vidas, pois caso contrário, nos prenderemos a discutir, questionar e tratar de assuntos que, embora importantes, não são críticos para o reino de Deus.

Como cristãos precisamos compreender que o nosso papel não é dizer quem deve ou não entrar, quem é digno, quem merece ou não. É nosso papel, sim, manifestar, tornar o reino de Deus visível entre os homens. Temos a incumbência, a responsabilidade de manifestar as virtudes de Deus entre os homens, fazer as Suas obras, sermos luz neste mundo, como Jesus disse que teríamos que ser, pois ao sermos luz, ao praticarmos as obras de Deus, o mundo veria a luz, as nossas boas obras, e glorificariam ao Pai.

Quando nos pegamos em discutir e tratar de assuntos que não são críticos para o reino, na realidade, estamos deixando de lado a essência do evangelho que é nossa responsabilidade revelar e tratamos de assuntos que não são importantes diante de Deus. Quando nos preocupamos com teologia tal, ou queremos justificar se devemos ou não fazer isso ou aquilo, deixamos de lado o amor, a misericórdia, a manifestação da graça, a expressão da vida de Deus e nos preocupamos com aparência, esquecendo que temos um papel, que fomos habilitados e capacitados para viver o reino de Deus e manifestar a Sua justiça entre os homens.

Que não criemos regras, que não foquemos em discussões fúteis que não farão diferença para a manifestação do evangelho de nosso Senhor Jesus entre os homens. Que os nossos corações, mente e alma, estejam focados em fazer a vontade do Pai manifesta e revelada entre os homens e que a nossa preocupação seja chegarmos à plenitude de Cristo para expressarmos em tudo o nosso Deus e agirmos como Ele perante os homens e não simplesmente como religiosos.

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