Precisamos deixar a visão religiosa que temos das coisas que nos cercam, do que fazemos e o papel que temos neste mundo. Pedro escrevendo a sua primeira carta, afirma que somos sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus e que fomos libertos do poder das trevas e transportados para o reino de Deus para proclamarmos as Suas virtudes. Paulo escrevendo em sua carta afirma que somos embaixadores do reino de Deus, somos reconciliadores dos homens com Ele. Jesus afirmou que somos o sal da terra e a luz do mundo, que deveríamos mostrar a nossa luz aos homens para que ao verem as nossas boas obras glorificassem ao nosso Pai.
O que precisamos entender sobre o nosso papel neste mundo e mudarmos a forma de pensar pela transformação da mente? Temos que deixar a mentalidade religiosa que nos domina. Temos que abandonar o pensamento que somos uma casta superior e melhor que os outros, temos que abandonar uma visão puritana religiosa que em nada traduz a vontade de Deus e nem o nosso papel a ser desempenhado no mundo.
Não estamos aqui para condenar, julgar e muito menos para excluir as pessoas. Nosso papel, como igreja, é incluir, e estar no meio, é demonstrar e revelar compaixão pelas vidas, é nos movermos em favor dos homens para que conheçam a vontade de Deus.
Quando lemos no livro de números no capítulo 16, vemos a verdadeira posição de um líder e sacerdote diante de Deus e dos homens. Por duas vezes há uma revolta. Deus, na sua ira, determina pela destruição do povo, mas o que fazem Moisés e Arão? Ele se colocam entre Deus e os homens para que não haja esta condenação. Não se tratava do que mereciam ou não, se deveriam ser condenados ou não, eles entendiam o papel que tinham e a responsabilidade perante as pessoas, como podemos ler em Números 16, verso 22: “Mas eles se prostraram sobre o seu rosto e disseram: Ó Deus, Autor e Conservador de toda a vida, acaso, por pecar um só homem, indignar-te-ás contra toda esta congregação?” (Números 16:22, RA)
Será que compreendemos que não podemos ser diferente deles? Por isso precisamos rever, precisamos compreender quem somos, o que Deus fez em nós, Sua obra em nossa vida e nosso papel neste mundo, para não agirmos como religiosos hipócritas, cujo objetivo é condenar o mundo, apontar os seus defeitos, e nos colocarmos acima e melhor que os outros, demonstrando não compreender do que a bíblia fala e nem da vontade de Deus, demonstrando claramente que não conhecemos e nem compreendemos a justiça divina.
A justiça de Deus se revela não na condenação dos homens, mas compreendendo que os homens já estão condenados, mortos em seus delitos e pecados, provê, por causa da graça Divina e compaixão os meios necessários para que os homens possam usufruir da Sua vida, da vida eterna que é oferecida pela graça por meio da fé em Jesus Cristo, que morreu na cruz para que fôssemos libertos do pecado e recebêssemos da Sua vida.
Como filhos de Deus temos a obrigação de interceder pelos homens, de revelar compaixão e por meio das nossas obras, manifestar quem é o nosso Deus para que as pessoas se aproximem e sejam salvas e obtenham a reconciliação com Deus. Que desempenhemos o nosso papel com sabedoria e zelo perante Deus e os homens, por meio da capacitação recebida do Espírito Santo que nos habilitou para vivermos neste mundo segundo a vontade do Pai.
https://soundcloud.com/sdt_vigilato/entendendo-o-papel-de-sacerdote-e-lider