Não deveríamos perdoar?

No evangelho de Mateus, no capítulo 18, do verso 21 ao 35, podemos ler sobre a parábola do servo impiedoso. Ele recebe o perdão de sua dívida, mas não foi capaz de manifestar misericórdia para o seu conservo. Ele não perdoou a dívida, como havia recebido o perdão de seu Senhor. Então o seu mestre lhe chama e pergunta: “Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;  não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?” (Mateus 18:32-33, RA).

Por que achamos que somos mais merecedores do perdão de Deus que outros? Por que achamos que somos melhores e menos pecadores que outros, mesmos que a nossa dívida seja tão impagável quanto de qualquer outro?

Somos capazes de condenar os outros, apontar-lhes o dedo por causa dos seus pecados. Nós condenamos, acusamos e não conseguimos enxergar que recebemos um perdão de uma dívida impagável. Qualquer ofensa, qualquer mágoa é motivo de vingança, de ódio e não revelamos a mesma misericórdia que recebemos de Deus que nos concedeu o perdão.

Tudo isso por um simples motivo e está no fato de acharmos que somos melhores que os outros, não nos vemos como miseráveis diante de Deus e por termos o nosso coração cheio de orgulho, de arrogância e na nossa ignorância espiritual não somos capazes de enxergar que o nosso pecado, a nossa transgressão com relação os valores do reino é muito maior que as que praticam contra nós.

Por que queremos o perdão de Deus, a vida eterna, se não somos capazes de conceder perdão por uma simples ofensa ou por termos sido magoados e feridos? Nossa dívida não é maior e nem menor que a de ninguém que nos deve. Não se trata de esperarmos que o outro venha em busca do perdão, mas como Deus, devemos, sim, conceder o perdão a todos que nos ofendem e nos magoam, independente de reconhecerem ou não. Assim Deus fez com relação ao nosso pecado, ao enviar o Seu filho como oferta por ele, nos concedendo o perdão quando ainda estávamos cegos e perdidos, assim devemos fazer com todos os que nos ofendem.

No perdão revelamos a vida e a natureza de Deus aos homens. No perdão manifestamos a obra de Deus em nosso ser. No perdão concedido a todos que nos ofenderam, manifestamos e revelamos o amor de Deus que nos foi concedido e derramado por meio do Espírito Santo que recebemos, que nos capacita e nos habilita para vivermos no presente século segundo a vontade do Pai.

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