Quando lemos no evangelho de Lucas, podemos ver a expressão de alegria do Pai como o Seu Filho que foi enviado para salvar o mundo e não condená-lo: “Depois do batismo de todo aquele povo, Jesus também foi batizado. E, quando Jesus estava orando, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse: — Tu és o meu Filho querido e me dás muita alegria.” (Lucas 3:21-22, NTLH), e Paulo, escreve sobre o motivo desta alegria, quando afirma sobre a postura do Senhor Jesus com relação a vontade do Pai: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte — morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8, NTLH).
E nós? Temos este mesmo sentimento de Cristo? Temos a mesma postura e posicionamento que Ele teve diante da vontade do Pai? Nos submetemos a esta vontade para cumprir o Seu propósito por meio de nossa vida como um canal de bênção para as nações? Ou temos agido de forma egoísta, pensando em nós e nos nossos sonhos? Quais são os propósitos e prioridades de nossa vida? Qual o significado que temos dado no nosso dia a dia para o “buscar o reino de Deus em primeiro lugar”?
Precisamos repensar e replanejar o que temos feito e como temos feito. Não existe lugar para o “nós” e a “vontade de Deus” de forma simultânea. Temos que entender que tudo que colocamos o “eu” em primeiro lugar, implica em todo o resto ficar para depois. Por isso, precisamos entender o que significa “buscar o reino de Deus em primeiro lugar”.
Temos que entender que não está ligado a levantar e ir orar, fazer devocional e leitura da bíblia. Isto não quer dizer que estamos buscando em primeiro lugar o reino de Deus. Se depois de fazermos isso, esquecemos que Deus existe e passamos a fazer as coisas sem ter em nossa mente a prioridade do valor do reino de Deus nas coisas que fazemos. Ou seja, se na nossa oração, na devocional demonstramos zelo, empenho e perserverança, mas nos relacionamentos, na nossa atitude no trânsito, em nossa casa, no trabalho, agimos pensando em nós mesmos e não nos preocupamos com os outros, não estamos buscando o reino de Deus em primeiro lugar. Não estamos porque esquecemos os valores do reino e o que significa amar aos outros como a nós mesmos.
Se tudo que fazemos é baseado na aparência, no cumprir de ritual e a motivação está no fato de ter o dever cumprido e o alívio de consciência, então não estamos buscando o reino de Deus em primeiro lugar e sim, sendo meros religiososo no nosso dia a dia.
Precisamos compreender que Deus não se agrada, não se alegra com os nossos rituais, mas Ele se alegra com a nossa obediência, com o respeito e a honra que concedemos na obediência da Sua vontade, no cumprir de Seus mandamentos e ensinamentos quanto ao que seja o reino de Deus.
Podemos não orar de manhã, mas acordamos com um coração grato por mais um dia e por mais um dia de luta, se levantamos e fazemos as coisas priorizando a necessidade e as limitações das pessoas à nossa volta, se demonstramos compaixão, misericórdia, se procuramos compreender as limitações dos outros e as ajudamos. Se não agimos de forma egoísta, mas somos capazes de dar lugar aos outros, de ajudá-los, estamos sendo mais agradáveis a Deus que qualquer ato religioso que possamos desenvolver.
Temos que revelar um coração de servo, de obediência no cumprir da vontade do Pai. É nisto que está a Sua alegria com os Seus filhos, que obedeçam aos Seus mandamentos.
Que o Senhor nos conduza neste tempo de crescimento e amadurecimento para sermos filhos que Lhe conceda alegria nas coisas que desempenhamos e na prioridade que damos aos valores do Seu reino e no revelar da Sua vontade entre os homens.