Paulo escrevendo aos Corintios, na questão de poder ou não comer carne que havia sido sacrificada a ídolos, afirma o seguinte:”Mas nem todos conhecem essa verdade. Existem pessoas tão acostumadas com os ídolos, que até agora comem desses alimentos, pensando que eles pertencem aos ídolos. A consciência dessas pessoas é fraca, e por isso elas se sentem impuras quando comem desses alimentos. Não é esta ou aquela comida que vai fazer com que Deus nos aceite. Nós não perderemos nada se não comermos e não ganharemos nada se comermos desse alimento. Mas tenham cuidado para que essa liberdade de vocês não faça com que os fracos na fé caiam em pecado. Porque, se uma pessoa que tem a consciência fraca neste assunto vir você, que tem “conhecimento”, comendo alimentos no templo de um ídolo, será que essa pessoa não vai querer também comer alimentos oferecidos aos ídolos? Assim este cristão fraco, este seu irmão por quem Cristo morreu, vai se perder por causa do “conhecimento” que você tem. Desse modo, pecando contra o seu irmão e ferindo a consciência dele, você estará pecando contra Cristo. Portanto, se o alimento faz com que o meu irmão peque, nunca mais vou comer carne a fim de que eu não seja a causa do pecado dele.” (1 Coríntios 8:7-13, NTLH)
Entendemos a questão do amor e das escolhas de Paulo? Escolhas e entendimento que devemos ter como ele tinha. Não se trata da liberdade, do entendimento, mas da expressão de amor em favor do outro para que seja edificado, para que amadureça e cresça. Posso impor limites às nossas atitudes e palavras para que o irmão não enfraqueça? Compreendemos o que é mais importante que a nossa opinião e entendimento?
Acabamos muitas vezes olhando as coisas sob nossa perspectiva egoísta, onde nos preocupamos somente conosco e com o que pensamos e não estamos interessados nos outros, seu entendimento e na dificuldade que têm. Nosso papel não é levar o próximo ao enfraquecimento e a se afastar da fé, mas, como instrumento, conduzir, em um processo de amadurecimento ao perfeito entendimento da liberdade que temos em Cristo Jesus. Isto quer dizer que teremos que abrir mão de “certas” libertades? Sim. Isto quer dizer que por causa do irmão mais fraco, não poderemos e nem deveremos fazer tudo que em Cristo podemos, mas não fazemos por causa do amor que temos por ele, devemos limitar nossas ações de “liberdade”.
Se não nos importamos com os outros, implica que estamos sendo tão imaturos, tão infantís quanto ao que não tem entendimento, pois a expressão de amor pelo próximo se revela no cuidado com ele e no desejo ardente que ele amadureça e cresça, e não que seja enfraquecido na fé.
Por isso, antes da próxima ação, palavra, devemos avaliar sobre a liberdade que temos no Senhor e não sob nossa perspectiva, mas, na expressão de amor que temos que revelar ao nosso irmão que é fraco na fé e no entendimento. Não podemos escandalizá-lo e nem levá-lo a se afastar dos fundamentos da fé, muito pelo contrário, temos que conduzí-lo ao amadurecimento e entendimento da vontade do Senhor.