A igreja no início, a comunidade dos santos compreendiam o seu papel na sociedade e como deveriam viver e proceder, e temos exemplo de como viviam: ” E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:42-47, BEARA).
Assim a igreja viveu nos seus primórdios, assim deveria se portar e viver nos dias atuais, mas isto é uma utopia ou falta de entendimento de quem somos e no nosso papel neste mundo???
Tudo se traduz pela falta de entendimento, conhecimento da palavra e da vontade de Deus. Quando conhecemos, compreendemos o Seu plano e a obra realizada, nos despertamos para aquilo que devemos fazer e como devemos viver neste mundo.
Jesus no início do Seu minstério afirmou: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” (Lucas 4:18-19, BEARA)
Mas, lendo a palavra, podemos compreender que Deus nos chamou para sermos os seus filhos: ” para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 4:5, BEARA) e ” nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,” (Efésios 1:5, BEARA)
E durante sua oração, ele expressa o seguinte desejo: ” Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou.” (João 17:15-16, BEARA), e afirma o seguinte: ” Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” (João 17:18, BEARA), mas este pedido vai além dos discípulos que estavam presentes, e sim, é para todos, como ele continuou a orar: ” Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:20-21, BEARA).
Temos que entender que fomos feitos, filhos, fomos unidos em um só corpo, temos um só propósito. Deus não nos chamou somente para a salvação, para a reconciliação com Ele, mas sim para desempenharmos o mesmo papel de Jesus, para proclamarmos a libertação, para trazer cura, visão. Mas desempenhamos de forma satisfatória, como bom administrador dos talentos que nos foram concedidos quando compreendemos o nosso papel, no corpo, no compromisso com Deus, e como corpo o que devemos fazer, como Paulo escreveu: ” para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais,” (Efésios 3:10, BEARA) e afirma também: ” Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9, BEARA).
Agora precisamos entender que para cumprirmos este papel como igreja, precisamos ser um. Mas ser um não é uniformidade, é compartilhamos do mesmo propósito, é colocarmos esta vontade de Deus acima dos nossos desejos, nossa vontade, nosso querer. É trabalharmos e focarmos no bem comum, no desejo e na vontade de Deus para os seus filhos que foram libertos do poder e domínio do pecado. Não se trata de pensarmos as mesmas coisas, sermos cópias uns dos outros, mas, priorizarmos, agirmos em favor da vontade de Deus, nos oferecendo a Ele como um sacrifício, uma oferta agradável.
Mas para que isto seja viável, para que dê fruto, precisamos compreender que recebemos tudo que precisamos para viver uma vida que lhe agrada, como Pedro escreveu: ” Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,” (2 Pedro 1:3-4, BEARA).
Tendo a consciência da obra de Deus em nossa vida, de termos recebido da natureza de Deus, da vida de Deus, de termos sido feitos Seus filhos, que fomos unidos como membros ao corpo de Cristo, que fazemos parte do corpo, que temos que trabalhar pela edificação do corpo, pelo nosso amadurecimento e das pessoas à nossa volta. Precisamos e podemos, pelo compromisso individual com Deus sermos zelosos, perserverantes no servir, no honrar o Seu nome, no vivermos segundo a Sua vontade, rejeitando as paixões humanas para assim, cumprimos e realizarmos em conjunto, pela expressão coletiva o mandamento da grande comissão e de fazer neste mundo o que Jesus fez, como Ele determinou antes de subir aos céus: ” Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.” (João 20:21, BEARA).
Que possamos repensar no que temos feito, nosso entendimento, nossa vontade e assumirmos perante o Pai o compromisso com a Sua vontade, precisamos nos submeter a Deus, nos sujeitar ao Seu querer para que a Sua vontade se cumpra neste mundo como é realizada nos céus.