No salmos de Davi podemos ler: “Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o rosto; para que se conheça na terra o teu caminho e, em todas as nações, a tua salvação. ” (Salmos 67:1-2, BEARA) e na segunda carta de Pedro, ele afirma o seguinte: ” Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Pedro 2:9, BEARA).
Nós nos perdemos muito em discutir entre armenianismo e predestinação, sobre forma e local de reunir, sobre dogmas, se pode ou não fazer isso, se deve ou não a usar véu, sobre forma de batismo, cânticos e tipos de cânticos, tipos de roupa e tantas outras coisas superficiais e esquecemos do nosso verdadeiro papel e como devemos viver neste mundo.
Lemos, estudamos a palavra, mas não conseguimos juntar as partes como um lego formando o todo. Mantemos tudo separado como se não estivessem relacionados. Discutimos santificação, mas pensamos que é para estarmos mais próximos de Deus e não compreendemos que o nosso Deus nos aceita não por causa do que fazemos, mas devido a obra de Cristo. Nos dedicamos à “obra de Deus”, mas esquecemos das pessoas que são o objeto de Deus e nos preocupamos com aparências, gastamos e investimos em prédios, etc… Sabemos e entendemos que o nosso papel é levar a igreja ao mundo, mas nos fechamos dentro dos prédios e nossas casas, esquecendo-nos das pessoas a quem temos que revelar o reino. Falamos e proclamamos o amor e a unidade, mas não somos capazes de perdoar e criticamos o irmão que simplesmente pensa diferente de nós. E assim, são tantas outras atitudes incoerentes com a fé que professamos e com o conhecimento de Deus que declaramos ter.
Amor não é uma opção, unidade também não, e nem o exercer o nosso papel neste mundo como representantes do reino de Deus. Não se trata de preferências pessoais, interesses próprios e nem de nossa vontade, mas, única e exclusivamente da vontade de Deus expressa de forma clara em Sua palavra por meio dos apóstolos e profetas.
O papel da igreja, do corpo de Cristo, da assembleia dos santos é um só, proclamar as virtudes de Deus, ou seja, como Davi declarou, que o rosto de Deus se revele em nós, para que seja conhecida em toda a terra a salvação de nosso Deus por meio de nós.
Proclamar, revelar, manifestar as virtudes de Deus está acima de qualquer coisa, de qualquer opinião que possa existir. Diante da eternidade, diante do grande amor e da graça de Deus, de Sua bondade revelada a nós, do Seu propósito de reconciliação dos homens com Ele não tem nada que possa sobrepujar. Por isso, devemos seguir o exemplo e admoestação de Paulo: temos que fazer morrer a nossa natureza humana. Enquanto acharmos que temos alguma opinião própria, que o que pensamos é mais importante, estamos de fato sendo rebeldes com relação àquilo que o nosso Deus determinou quanto ao nosso papel. Temos que ser imitadores de Deus, temos que ser filhos e como filhos devemos revelar em tudo a natureza do Pai ao mundo. Ser povo de Deus, não é uma questão só de salvação, mas de revelarmos tudo o que Ele é neste mundo, independente de qualquer opinião ou pensamento que tenhamos.