O arrependimento se revela pelas obras

Podemos ler no evangelho de Mateus, logo antes do início do ministério de Jesus, João Batista pregando no deserto, preparando para a vinda do Senhor: “Arrependei-vos,  porque está próximo  o reino dos céus.” (Mateus 3:2) e também, “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;  e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão;  porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.” (Mateus 3:8-9).

Não se trata de crença, nem de religiosidade, não é uma questão de afirmarmos que cremos, não é proclamarmos e nem falarmos, muito menos, nos “sentirmos” arrependidos por nossos atos, mas, dos frutos que manifestamos quando confessamos o nosso “arrependimento”. Precisamos entender que não é uma questão de “crermos” e compreendermos as escrituras, mas, de como expressamos a escritura através de nossa vida.

João Batista estava falando tanto para religiososos como para pessoas comuns. Não é uma questão de linhagem, mas  de atitude, ação  e obra.

Arrependimento não é o que confessamos por nossa boca, é o que fazemos com os nossos membros, com o nosso corpo, como nos voltamos ou não para o reino de Deus. Está ligado a compreendermos a salvação, termos o entendimento da reconciliação, do que Deus faz em nossas vidas, da capacitação que recebemos. Tendo este entendimento e compreendendo quem somos, vivemos segundo este. Fomos feitos filhos para viver o reino de Deus neste mundo, para manifestarmos as virtudes de Deus entre os homens.

O arrependimento se revela quando negamos o pensamento do mundo, a opinião que temos sobre o viver segundo a nossa vontade, voltados para os nossos interesses e passamos a andar segundo o coração, a vontade e o querer do Pai, nos submetendo a Ele, sendo seus imitadores como filhos amados.

Uma vida segundo a vontade de Deus se revela quando rejeitamos o egoísmo, o pensar em nós mesmos, o buscar o nosso interesse e vivermos pensando no outro, na necessidade do outro, quando repartimos, dividimos, quando na nossa abundância usamos para dividir com o próximo. Quando ao invés de revelar ódio, raiva, mágoa, demonstramos amor, compaixão, graça e entendemos a limitação do outro pela falta de conhecimento e por ainda andar nas trevas.

Isto precisamos entender, pois o arrependimenteo está no revelar os frutos do Espírito, as virtudes e as obras de Deus, as mesmas que Ele manifestou em nosso favor, nos trazendo luz e entendimento da Sua vontade. Como filhos e tendo compreensão, temos que nos arrepender, revelar e manifestar ao mundo graça, amor, misericórdia, bondade, benignidade, compaixão, generosidade, longanimidade, paciência e tantos outros atributos da natureza de Deus que é nos concedido, derramados em nossa vida pelo Espírito que em nós faz morada.

Somos santuários, morada de Deus, para revelarmos ao mundo Aquele que nos transformou, nos deu da Sua vida para que como filhos revelemos as Suas virtudes entre os homens.

Por isso arrependimento implica em fruto, em expressão prática de obras que revelam o conhecimento e o andar com Deus. Não se trata de teoria, de entendimento, de choro somente, mas de obra, de ação de vida que revelam a Deus.

Ser filhos, andar com Deus, implica em ser imitador de Deus. Se somos filhos, então temos a obrigação natural de revelar Deus em todas as nossas ações e assim, revelar o arrependimento.