O templo de Deus e o pecado

Podemos, observar desde o antigo testamento que pecado e santidade não podem coexistir. Deus sempre expressou ao seu povo a abominação com relação a uma vida contrária ao que estava relacionado à Sua natureza, como podemos ler em Isaías: ” De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.  Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios?  Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova,  os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.  As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.  Pelo que, quando estendeis as mãos,  escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.  Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal.  Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça,  repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.  Vinde, pois, e arrazoemos,  diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.” (Isaías 1:11-18).

No Antigo Testamento temos a sombra das coisas que viriam, pois o templo era um prédio, agora, na nova aliança, fomos feitos templos, morada e casa de Deus (1 Pd 2:5; ef 2:22). Por isso, precisamos entender que o fundamento do ensino, da natureza de Deus não mudaram e não mudam, são eternos. Precisamos lembrar que embora a graça seja abundande e é por causa dela que somos salvos, não podemos continuar a pecar, a viver uma vida que não agrada a Deus, conforme podemos ler na carta aos Romanos (Rm 6:1, 14-23). Onde podemos observar que o salário, a recompensa, por continuarmos a viver uma vida de pecado é a morte.

Temos que compreender que a salvação da alma não está separada do modelo de vida que adotamos. Quem conhece a graça e o amor de Deus, precisa, e se empenha em uma vida de santidade, pois o tornar santo o procedimento (1 Pd :15) faz parte do processo de conhecimento e da vida com Deus. Fomos chamados não para continuarmos uma vida de pecado que não agrada a Deus, mas, para proclamarmos as Suas virtudes e revelar a Sua vida aos homens (1 Pd 2:9). Se fomos chamados para proclamar as virtudes de Deus, então nossa vida tem, como condição natural, tendo sido libertos do pecado, revelar a natureza e a vida Dele, pois fomos capacitados e habilitados para viver segundo o que Deus é, conforme a carta de Pedro (2 Pd 1:3-4).

Precisamos entender que não se trata de uma obrigação, mas uma expressão natural da obra de Deus em nossa vida. Viver uma vida de santidade, fazendo as obras de Deus, revelando as Suas virtudes é condição natural de quem somos. Somos filhos, fomos feitos filhos, para sermos expressão do Deus vivo neste mundo. E somente O expressamos quando andamos em Sua presença como templo, como lugar da presença de Deus, revelando por meio de palavras e ação quem Ele é.

Precisamos ter esta consciência que não existe salvação sem expressão de quem somos e da obra que Deus realizou. Somos salvos pela graça, para que vivendo em novidade de vida, segundo os valores do reino de Deus, O revelemos em tudo. É uma condição de fruto, de natureza, de revelar obras que manifestam quem somos. Por isso, precisamos entender que tendo sido salvos pela graça, precisamos nos empenhar, fazendo morrer a natureza humana para que a vida de Deus se revele por meio do nosso corpo, temos que ser Seus imitadores (Ef 5:1).