Jesus disse: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido. ” (Lc 19:10). Perdido como Jesus usou quer dizer incapaz de compreender e enxergar a sua realidade. Ele demonstrou em suas palavras e através da Sua ação a verdadeira atitude que devemos ter diante de uma realidade cruel e atual.

E o que podemos afirmar quanto a estar perdido? Perdido no sentido de não compreender e nem enxergar a realidade a que está inserido. Incapacidade de ver para onde está caminhando e qual o destino que está tomando para a sua vida. Buscar e salvar (no sentido de trazer luz, entendimento, compreensão) foi o papel de Jesus e deve ser o nosso, como “conhecedores” e pessoas que detém o conhecimento de uma realidade espiritual desprezada por muitos, tanto incrédulos (no sentido de não confiar em Jesus como o único e suficiente salvador), como aqueles que estão numa total cegueira quanto a sua vida por causa da religiosidade que o domina.

Não estamos neste mundo, os que possuem entendimento e compreensão da realidade espiritual, para condenar, para acusar, e nem para desprezar o perdido, mas, para trazer luz, entendimento, principalmente, para demonstrar compaixão, misericórdia, graça e bondade. Devemos ter a mesma atitude de Jesus, e expressar as mesmas palavras: nosso papel é buscar e salvar o perdido. O que significa “buscar”? ir atrás, não desisitir, ir ao encalço do mesmo. Como podemos ir? Como podemos fazer isso? Indo atrás dos mesmos e proclamando que tem que arrepender e converter porque está condenado? Isto é trazer luz sobre a sua vida? Desculpem-me, como diz um ditado popular: “nem na China”.

E “salvar” o que significa? Trazer o entendimento, trazer luz, trazer discernimento e compreensão de uma realidade até então obscura para o outro. Salvar é reconciliar as pessoas com Deus.

Mas, como podemos fazer isso? Como podemos e devemos ir atrás das pessoas e salvá-las? Pois este é o papel de cada um de nós que conhece e compreende o amor de Deus por nós, isto individualmente como igreja. Não é esperar que venham, mas irmos.

Falando? Não, mais do que falar, temos que agir, realizando as obras de Deus, demonstrando os frutos de uma vida com Ele, e expressando em palavras, não a arrogância, mas a bondade e misericórdia que são Suas expressões.

Como lidamos com um amigo, um irmão, um filho que esta fazendo algo que sabemos que está indo em uma direção perigosa e que colocará em risco sua vida? Qual o tamanho da nossa paciência e como expressamos o amor por ele? Da mesma maneira devemos fazer para com todas as pessoas, sem exceção. Devemos, como o nosso Deus agir em favor das pessoas, com paciência, longanimidade, mansidão, expressando em tudo o amor, perserverando sempre, pois o mais importante é sermos luz, revelarmos a luz para que haja o discernimento e entendimento da vontade de Deus.

Não é quando acusamos, quando desprezamos ou largamos para lá que levaremos as pessoas à cruz, ao conhecimento do amor do Pai, precisamos olhar todos como irmãos, como filhos que precisamos socorrer, agir em favor para que haja a salvação (a reconciliação com o Pai). Não podemos agir diferente disto. Qualquer atitude diferente desta é atitude de arrogância, religiosidade, e em nada expressa o amor do Pai pelas vidas.