Em Cristo a justiça de Deus

Precisamos entender que a questão da justiça divina não está na condenação, mas sim, na redenção.

Nós, todos nós, sem exceção, estamos condenados e separados de Deus, mortos em nossos delitos e pecados. Estamos separados, mortos e condenados, por causa de uma atitude e decisão tomada de não vivermos segundo a vontade de Deus. Quando desejamos em nosso coração sermos conhecedores plenos do bem e do mal, foi porque desejamos ser iguais a Deus, ser como Ele e senhores de nosso destino, nossa vida. Ao escolhermos a árvore do conhecimento do bem e do mal, nós nos apartamos de Deus, pois o que Ele disse é que o dia que dela comêssemos, morreríamos. Ele não falava da morte física, mas sim, da morte espiritual, da nossa separação do Criador. Fomos concebidos para andarmos juntos, para estarmos cheios de Sua vida, para andarmos com Ele. Nós nos completamos Nele. Sem Ele não temos vida em nós mesmos.

Mas a grande questão que precisamos compreender é que pensamos que nós, por nós mesmos, podemos nos reconciliar com Deus, podemos, pelas nossas obras, nossas ações chegar a Ele. Queremos por natureza provar que somos bons, justos e merecedores de Sua  misericórdia pelo que fazemos. E assim, praticamos obras que consideramos ser de justiça e que nos levará a sermos aceitos e somos enganados, não compreendendo que já estamos condenados, separados de Deus e mortos em nossos delitos e pecados.

Assim Paulo expressa o seu entendimento sobre a atitude de seus compatriotas, quando escreve a sua carta aos romanos: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles (judeus) são para que sejam salvos.  Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento.  Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.  Porque o fim da lei é Cristo,  para justiça de todo aquele que crê. ” (Rm 10:1-4).

A questão não é conhecer e nem fazer as coisas que estão escritas na bíblia, não é simplesmente uma questão de obediência, mas a maneira com que somos levado a obedecer, o porquê fazemos, a motivação do nosso coração e a compreensão da obra salvadora de nosso Deus.

O sacríficio para o perdão somente faz sentido quando quem se oferece não possui pecado. A oferta tem que ser sem pecado. Nós, como estamos mortos por causa dos nosso pecados, não podemos estabelecer a justiça de Deus. Pois a Justiça de Deus se revela na redenção, no perdão, na manifestação da Sua misericórdia. Ele no Seu amor para conosco, dá o Seu filho, para que como um cordeiro, fosse oferecido, e houvesse o derramamento de sangue, o sacrifício, a oferta para que pudesse haver o perdão. A justiça de Deus se revela neste ato. Ou seja, não é a condenação, mas a redenção, a oferta em favor do homem, para que este alcance misericórdia, desfrute da graça e da vida de Deus. Pois, nós querendo estabelecer a nossa, não alcançaremos a redenção de nossa alma.

Jesus, como cordeiro, se oferece em nosso lugar, para morrer, para ser oferta, para que por meio de Sua ação recebêssemos a reconciliação. Isto é a justiça de Deus cumprida em Cristo, justiça que trás redenção e reconciliação, e é expressão de amor e misericórdia em nosso favor.

 Tendo este entendimento que não depende do que fazemos, mas sim, de recebermos o que Deus fez por nós, de negarmos a nossa justiça, as nossas obras, de morrer para o nosso esforço, para aceitarmos a vida de Deus, a salvação que nos é concedida em Cristo Jesus, em quem a justiça divina se concretiza, então recebemos a reconciliação com Ele, para andarmos agora em novidade de vida. Não andarmos como andávamos, mas sim, como nova criatura, tendo nascido de novo, nascido do Espírito, para estarmos na presença de Jesus, não por causa dos nossos atos de justiça, mas por causa do sangue do Cordeiro que nos apresenta santos, inculpáveis e irrepreensíveis na presença do Criador.

E para quê somos salvos, reconciliados com Deus? Para sermos filhos, para revelarmos a Sua vida entre os homens, para proclamarmos as Suas virtudes, para manifestarmos o Seu reino neste mundo, para revelarmos ao mundo o evangelho de Deus, para revelarmos Cristo, por isso, precisamos correr a carreira proposta, precisamos ser semelhantes a Jesus, negarmos a nós mesmos, tornar santo os nossos procedimentos e ações para que Deus seja revelado por meio de nossas obras.

As obras que fazemos não são para nos justificar, mas sim, porque fomos justificados e feitos filhos de Deus.

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