Quando falamos da completude de Cristo em nós, não estamos referindo à perfeição, no que seremos feitos e transformados na volta de nosso Senhor, mas sim, onde temos que manter os nossos olhos, para onde devemos correr, onde devem estar o nosso esforço e o foco de nossa vida. Qualquer coisa diferente de sermos zelos pelo reino, de buscarmos a semelhança de nosso Senhor, de focarmos em nossos interesses, estão fora do pleno propósito de Deus para nós.
Precisamos entender que embora salvos pela graça, por meio da fé, precisamos desenvolver a salvação com temor e tremor, como Paulo escreve: ” …, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2:12-13) e ele afirma também, ” Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6). E ainda mais, ele faz este pedido diante do Pai: “… que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus. ” (Filipenses 1:9-11, BEARA).
Por que precisamos desenvolver a salvação, se já fomos salvos? Como se manifesta a fé? Pelas obras que realizamos. Como se materializa a salvação que nos foi concedida pela graça por meio da fé em nosso Senhor Jesus? Pela manifestação de obras que comprovam a nossa confissão de fé. Se declaramos que somos filhos, que fomos libertos do poder do pecado, que temos a natureza de Deus, como devemos expressar isso? Através das obras, das nossas palavras, atitudes, e a expressão de como vivemos e nos relacionamos neste mundo.
A nossa salvação se revela pela mudança de atitude que provém de um coração transformado, resgatado pelo Senhor.
O desenvolvimento da salvação se dá pelo procedimento santo que realizamos, por rejeitar as obras das trevas, e assim como nas outras cartas, nesta aos filipenses podemos ver também, um conjunto de atitudes (atos expressos) que revelam a obra realizada por Deus, a expressão materializada da salvação, expressão da nossa fé.
Por isso, atitudes como as de Jesus são fundamentais na expressão, no realizar das obras de Deus, assim como seguirmos as orientações de uma vida que expressam o Pai conforme cartas escritas pelos apóstolos.
Devemos ter o mesmo sentimento e atitude de Jesus quanto a nos esvaziarmos de nós mesmos e buscarmos os interesses dos outros, independente do que passamos, dos sofrimentos e lutas, devemos buscar em tudo o engrandecimento do Senhor por meio de nosso corpo.
Precisamos viver de modo digno do evangelho, testemunhando através de obras o que Deus realizou em nós. Não fazer nada por partidarismos ou vanglória, considerarmos sempre os outros superiores a nós mesmos. Não buscarmos os nossos interesses, mas os dos outros. Fazer tudo sem murmuração e contenda, sermos filhos irrepreensíveis e sinceros, pois somos luzeiros neste mundo.
Devemos nos acautelar daqueles que buscam os próprios interesses e nos associarmos com aqueles que possuem caráter aprovado e são testemunhas vivas das boas obras do Senhor. Não nos deixarmos enredar por filosofias e ensinamentos de homens que não traduz Cristo. Considerarmos de fato tudo como perda por causa do conhecimento de Cristo.
Lembrarmos sempre que não alcançamos a perfeição neste corpo, mas não podemos desanimar e nem desistir da carreira, mantendo o Senhor Jesus como o nosso alvo. Sermos imitadores de Cristo e conclamarmos a todos para serem nossos imitadores, sermos exemplo para o rebanho de Deus, para a igreja, para os membros do corpo. Precisamos lembrar, durante esta jornada que a nossa pátria está no céu, prometida pelo Senhor e que não somos deste mundo.
Precisamos, independente do que passamos, das lutas e dificuldades, nos alegrar no Senhor sempre. Não podemos e nem devemos andar ansiosos, mas fazer conhecida diante do Pai toda a nossa necessidade. E principalmente, desenvolvendo a salvação, como Paulo escreveu: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4:8)
E precisamos aprender a viver contentes em toda e qualquer situação, como Paulo escreveu: ” Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez;” (Filipenses 4:11-12)
Que possamos olhar para o nosso Senhor Jesus, Suas atitudes e ações, Seu exemplo, e corrermos esta carreira, em tudo buscando manifestar as Suas obras perante os homens para que Ele seja conhecido diante do mundo, assim como a salvação, a reconciliação, oferecida por nosso Deus por Seu intermédio.
Caminhar na Graça 