Confirmar a vocação e eleição

Uma palavra incompleta, um ensinamento equivocado, a departamentalização do conhecimento, nos leva ao entendimento equivocado do plano e da vontade de Deus. Separamos a salvação da alma, a reconciliação com o Criador, da expressão, da materialização, desta salvação.

Ou seja, separamos as obras, como expressão do que Deus fez em nossa vida. O ensino equivocado tem levado a pararmos na salvação e não no processo que se inicia na salvação que é a santificação de nosso procedimento, obras que realizamos. Pedro escrevendo em sua carta, afirma o seguinte: ” Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.” (2 Pedro 1:10).

O que é diligência? É demonstrar cuidado, fazer com persistência, com zelo, colocar empenho. Precisamos confirmar a vocação e eleição realizada. Precisamos entender que a confirmação não é uma opção; mas algo natural, normal da vida de quem teve a reconciliação com Deus. Tendo recebido a vida de Deus, precisamos empenhar para confirmar a obra realizada por Ele em nós. Quando fazemos assim, nós demosntramos o amor para com o Senhor. Agora, só nos empenhamos se compreendermos, só compreendemos se houver o ensinamento alinhado com a vontade do Pai.

O entendimento da obra realizada, da salvação é fundamental. Ele nos faz filhos por adoção, somos adotados como filhos de Deus (Gl 4:5, Ef 1:5), e ao nos fazer filhos, nos concede tudo que precisamos para viver uma vida que Lhe agrada, como Pedro escreveu:  ” Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude,  pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina,  livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,” (2 Pedro 1:3-4).

Agora, tendo o entendimento de filhos, tendo a compreensão de que recebemos tudo que precisamos, que devemos nos livrar da corrupção das paixões que há no mundo, que devemos tornar-nos santos em todo o nosso procedimento; como podemos expressar através das nossas obras, nossa vida, nosso procedimento as obras de Deus? Como expressarmos Deus através de nosso corpo e membros?

Isto que precisamos lembrar todos os dias, em todo o tempo. Ou seja, sabendo quem somos, tendo a consciência da libertação do poder do pecado, da capacitação recebida e da vontade de Deus, devemos empenhar, sermos zelosos e diligentes no confirmar a vocação e eleição recebida. Mas como fazemos? Pedro explica isto em sua carta, 2 Pd 1:5-8, onde afirma que precisamos associar com a nossa diligência (cuidado em produzir e desenvolver algo, neste caso a maturidade, a expressão de quem somos), a fé. Por que? A fé é a convicção do que não vemos, é a certeza do cumprimento e do realizar da obra de Deus em nossa vida. Portanto, se Ele falou que fez, que nos concedeu, que nos capacitou, não temos dúvida desta palavra, por isso, com o cuidado, com o zelo de querer fazer a vontade de Deus, associada com a certeza do que Ele fez, associamos a virtude e a virtude o conhecimento.

O que é virtude? Disposição constante de sempre praticar o bem, evitando o mal; sabendo e conhecendo a natureza de Deus, expressa na palavra (sermão da montanha, cartas, evangelhos) de como devemos agir (conhecimento), associado à virtude (fazer o bem, evitar o mal), lembrando da obra realizada, e mantendo a diligência (cuidado em produzir algo), insistimos em fazer a obra de Deus. Mas o que mais precisamos?

Necessitamos do domínio próprio (fruto do Espírito), concedido aos filhos de Deus que precisamos revelar em nosso dia a dia. O que é domínio próprio? É o mesmo que auto-controle, capacidade de controlar os desejos e paixões. Tendo pois a capacidade, com o fruto do Espírito, de controlar os nosso desejos, e tendo a consciência da obra realizada, do que somos, e a convicção de como devemos nos portar neste mundo, associado a tudo que recebemos e como devemos viver, usamos este domínio para rejeitar tudo que procede da natureza humana. Precisamos agora, associar a perserverança, mas por que? Porque perseverar significa insistir, manter no caminho, tendo a convicção e a certeza da vontade de Deus. É não se deixar abalar pelas circunstâncias, mas ter a vida guiada pela promessa, pelo conhecimento e mesmo errando, mesmo caindo, ainda assim, levantamos e continuamos a jornada porque compreendemos quem somos.

Precisamos agora, com tudo isso, associar a piedade, e com esta a fraternidade e o amor. O que significa acrescentar estas coisas à nossa vida? Piedade é compaixão, é a capacidade de se colocar no lugar do outro. É compreender o outro. Quando compreendemos o que o outro está passando, somos capazes de demonstrar a fraternidade, pois fraternidade é tratar o outro como irmão, como família, que é o que somos diante de Deus, somos chamados para fazer parte da família de Deus. Quando vemos o outro como irmão , excercemos a piedade e somos capazes de agir segundo o fundamento do amor. Amar o outro como a nós mesmos, quando não o vemos como concorrente, mas como alguém a quem devemos ajudar, dividir e repartir o que temos e o que somos, pois é parte de nós, compartilha da mesma vida.

Quando não vemos o outro como irmão, então desprezamos, rejeitamos, mas se tratamos todos da mesma maneira que Deus, com compaixão, revelando misericórdia e graça, caminhamos da maneira que o Pai deseja para a nossa vida.

Por isso Pedro, ao concluir estas instruções afirma o seguinte: ” Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:8).

Precisamos compreender que é uma jornada que envolve: fé, conhecimento, perserverança, diligência, expressão de quem somos e o que recebemos de Deus. É uma jornada, um passo por vez, é o cair e levantar e continuar por compreender que é da vontade do Pai. Ele deseja que sejamos expressão do Seu Filho Jesus. Por isso, precisamos correr a carreira proposta, precisamos tornar santo o nosso procedimento; para revelarmos a Sua vida por meio de nosso corpo, nossos membros, para que o Seu nome seja glorificado.

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