Quando oramos o Pai nosso, em Mateus 6:12-13, ensinado por Jesus nós falamos:”e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal…“, em outras versões fala de perdoar os nosso pecados; mas o que significa o pecado, o perdão do pecado e qual o impacto em nossa vida?
Nunca e nem é, ou foi, intenção de Deus transformar o pecado na quebra de um conjunto de regras. Nós na nossa religiosidade e omissão como ser humano, sem a compreensão da graça e da misericórdia de Deus, queremos transformar o pecado em algo impessoal (numa quebra de um conjunto de regras) que não obedecemos. Mas o ato de cometer o pecado não é impessoal, não é só uma questão de não observação de regras; mas sim, no rompimento, na quebra, na falta de respeito, de honra para com outras pessoas, ou mesmo Deus. Não se trata de algo impessoal; mas sim, no rompimento de relacionamento. Precisamos aprender a olhar o pecado sob outra perspectiva, ponto de vista pessoal, relacionamento, manutenção de amizada, companheirismo, de honra, de expressão de amor ao próximo.
Quando pecamos estamos rompendo relacionamento, estamos destruindo confiança, estamos quebrando o que é mais importante: a comunhão. Quando deixamos de perdoar, fazemos a mesma coisa.
Quando falamos dos dez mandamentos, estamos referindo a um mandamento relacionado a Deus e a todos os outros relacionados a pessoas. Quando Jesus foi inquirido sobre o aspecto da salvação, discutindo com um religioso, toda a lei, foi resumida em dois mandamentos, amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo. Paulo resumiu o cumprimento da lei no amor ao próximo. Se o amor cobre toda a lei, está falando de relacionamento, de manutenção de relacionamento e comunhão. Não está falando de regras. A quebra da lei do amor, implica em romper relacionamento.
Quando mentimos, a quem estamos ofendendo? Ao próximo, ou seja não estamos tratando com respeito, como a um ser humano; mas sim, desprezando e considerando o mesmo inferior a nós mesmos. Quando praticamos o adultério, quando temos pensamentos de luxúria, quando desejamos e cobiçamos o que não está em nossas mãos, o que estamos fazendo? Quando odiamos outras pessoas, quando ficamos magoados, quando carregamos o ódio, o que estamos de fato fazendo? Quebrando regras? Não, desconstruindo, rompendo, quebrando relacionamentos. Quando somos egoístas, orgulhosos, arrogantes, quando fazemos acepção de pessoas, o que estamos fazendo? Estamos tratando os outros com desprezos, achando que não são merecedores, que somos melhores e superiores. Estamos desconstruindo relacionamentos.
O pecado que cometemos, o fazemos contra o próximo, nós quebramos confiança, destruimos esperança, rompemos relação, quebramos a comunhão. O ato de pecar, não é o descumprimento de regras, é o viver uma vida diferente da natureza de Deus, é fazermos escolhas que são diferentes do que Ele deseja nos ensinar e nos mostra em Sua atitude de amor para conosco. Sendo nós pecadores, ou seja, quebramos a comunhão com Deus, rompemos, por acharmos que somos deuses, senhores de nós mesmos, por querermos andar e fazer as nossas escolhas, como se donos do nosso destino fôssemos; mas Ele o que faz? Nos condena? Não, quem afastou da comunhão, quem rompeu o relacionamento não foi Deus, fomos nós mesmos, nós que nos afastamos, afastamos da vida eterna do Criador, achando que poderíamos ser como Ele; mas descobrimos a morte, a separação eterna.
O que Deus faz? Se move em nosso favor. Um pecado que não tem perdão, uma condição que não tem como ser restabelecida, Ele cria todo o meio e forma para restaurar a comunhão. Ele dá o Seu filho para morrer em nosso lugar, como propiciação, como oferta pelo pecado.
Assim como Ele nos deu o exemplo, também, quer que aprendamos a mesma coisa. O que foi instrução, ensino de como viver e andar, como manter relacionamento, nós transformamos em um conjunto de regras e tentamos impessoalizar o pecado. Mas não; o pecado é algo pessoal que cometemos contra as pessoas e contra Deus; e quando rompemos este relacionamento; não nos resta alternativa que pedir o perdão e perdoar assim com Deus nos perdoou.
Que possamos aprender a pensar, e repensar as nossas atitudes e levar a ato do pecado, como o arrependimento, tanto como o perdão para o lado pessoal, com o foco na manutenção e preservação da comunhão do relacionamento, abandonando toda prática de vida que seja contrária à natureza de Deus.