Discernindo o caminho

A grande questão que precisamos entender não é a meta, não é o resultado, mas precisamos compreender e ter um discernimento claro é da jornada, do processo que somos submetidos no plano de Deus para sermos semelhantes ao Seu Filho e a nossa responsabilidade nesta jornada.

Temos uma carreira proposta, temos um desafio, precisamos ser imitadores de Deus como filhos amados, temos que ser semelhantes a Jesus (conf. Heb 12).

Hoje compreendemos o que recebemos, a obra de Deus em nossas vidas. Se temos dúvidas quanto a obra salvadora, a restauração e a reconciliação, precisamos compreender e buscar o entendimento claro para que a jornada, mesmo pesada, seja mais fácil de ser vivida.

O discernimento, o entendimento de quem somos, a obra salvadora, a reconciliação, o ter sido feitos filhos de Deus, o termos recebido da Sua vida e natureza, para que neste mundo a revelassémos, é fundamental. Sabendo quem somos, tendo o entendimento da identidade, que somos filhos, que recebemos a vida, a natureza, que fomos habilitados para viver e andar neste mundo conforme a Sua vontade (1 Ped 1:3-4); Tendo o entendimento que por sermos filhos, fazemos as obras de Deus, e não o contrário, ou seja, não temos a necessidade de provar quem somos, não temos a necessidade de fazer para provar a nossa identidade com o Pai, e fundamentalmente que temos que tornar santo o nosso procedimento (1 Ped 1:15), que temos que ser semelhantes a Jesus, temos; então, uma jornada, um caminho a percorrer.

Sabendo que o sermos semelhantes a Jesus, ou seja, tornarmos santo o nosso procedimento, buscarmos a santificação, nos leva ao processo que Deus deseja, o realizar da jornada para revelarmos neste mundo as Suas virtudes por meio da igreja.

Neste processo, temos que discernir este caminho. Não é fácil, é uma jornada que nos leva à semelhança do Senhor, e implica no ser discípulo de Jesus, que nos leva à condição de negarmos a nós mesmos e tomarmos a cruz. Mas para que isto ocorra, embora tendo o entendimento, passamos por lutas, problemas, dificuldades, aflições. E além disto, temos que observar o campo que está pronto para ser ceifado, que muitas vezes tomamos a jornada mais longa, ou um caminho que não compreendemos o destino, mas que no concluir, mesmo sendo mais longo, cumprimos a vontade de Deus.

Assim como Jesus, saindo da Judeia e indo para a Galileia, passou por Samaria, caminho mais longo, mas implicou em encontrar a mulher Samaritana para que conhecesso o reino de Deus. Assim, também, ocorre na nossa vida, não entendemos os desvios, as voltas mais longas, mas a maioria das vezes temos que estar atentos “a mulher samaritana” que precisa ouvir e conhecer a graça e o amor de Deus.

Outras vezes, como Jesus, temos que aprender a ter compaixão das vidas. Temos que aprender a olhar os campos brancos, prontos para a colheita, que devido aos nossos afazeres, nossas buscas ou ansiedades, esquecemos da multidação que está cansada e sem pastor. Precisamos, não só clamar por trabalhadores, mas nos dispormos a sermos os trabalhadores para reconciliar os homens com Deus. E fazemos, quando temos compaixão, quando compreendemos que o nosso papel é reconciliar os homens com Deus. E para sermos efetivos temos que revelar as virtudes de Deus no nosso caminhar. Temos que compreender o que significa negar a si mesmo, priorizar a necessidade do outro em detrimento da nossa. Temos que revelar o reino de Deus que vivemos e conhecemos neste mundo, para que as pessoas experimentem a libertação, a cura e a restauração da vida.

Mais que os campos brancos, mais que o caminho mais longo temos que discernir as lutas, os desafios, os problemas que enfrentamos e qual o propósito deles em nossa vida. Temos que entender que estes são a expressão do amor de Deus, do Seu desejo de nos corrigir, de nos mostrar a Sua vontade. Como Paulo falou, temos que nos alegrar, pois é através dos problemas e dificuldades que aprendemos a dependência, compreendemos o caráter e a vontade do Pai. A correção é para o nosso bem, não se trata de punição, de pecado cometido, mas simplesmente, de correção para nos levar, nos conduzir a sermos semelhantes a Jesus. Podemos escolher entre murmurar, reclamar ou nos alegrar com a expressão de amor e cuidado de Deus por nós.

Nesta jornada aprendemos a viver por convição de fé, não expectativas. Não andamos pelo que vemos, mas, fiados nas palavras e promessas do Senhor.

Que possamos aprender a olhar o caminho não pelo lado da ansiedade, da ignorância, falta de conhecimento, mas, na forte convicção de fé que Deus é quem nos está conduzindo para sermos semelhantes ao Seu filhos e que tudo que nos acontece é para a honra e para a glória do Seu nome.