O evangelho da aflição

Temos ouvido falar de um evangelho da prosperidade, da riqueza, da abundância, dos benefícios e resultados colhidos neste mundo. De ser cabeça e não cauda, de estar a frente, de ser próspero. Este tipo de evangelho fundamenta-se no velho testamento, na promessa para o povo de Israel, é criticado e condenado.

Temos o evangelho que não fala da prosperidade; mas fala da salvação, de um vida voltada para Deus, da humildade, prega vida abundante, paz. Só que, também, não fala de aflição, de dor, de sofrimento, de tribulação. Promete solução de problema, e não um “montão” de problemas a serem enfrentados. Nenhum em nem outro transmite o verdadeiro evangelho que temos para viver.

O evangelho de nosso Senhor Jesus, fala sim, de reconciliação com Deus, fala do amor de Deus, fala de vida abundante, de paz, de termos em nós uma fonte de água a jorrar, onde não teríamos mais sede e nem fome de justiça e, também, fala de vida abundante. Mas este mesmo evangelho, fala de aflição, de dor, de sofrimento, de perseguição, fala da necessidade de negarmos a nós mesmos. Nós não pregamos o evangelho completo. Precisamos, sim, lembrar de todas as promessas de Jesus, não podemos remover texto do seu contexto e começar a pregar um evangelho que não traduz a verdade do reino, como podemos ler, tanto Deus falando a seu servo, como o Senhor falando a seus discípulos, como Paulo falando de sua experiência, como podemos observar a seguir: “fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (Atos 14:22, BEARA)

Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome.” (Atos 9:15-16, BEARA).

Ou nas palavras do Senhor Jesus: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16:33, BEARA)

E mesmo Paulo escrevendo aos Romanos, afirma: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8:35-39, BEARA).

Ou nas palavras do Senhor Jesus, sobre negar a si mesmo, morrer para si mesmo: “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mateus 16:24, BEARA)

Isto que precisamos entender, existe a promessa de vida abundante, o saciar da sede e da fome; mas viver o reino de Deus neste mundo, entre os homens, sendo luz, sendo sal, implica que nossas vida não será fácil, estaremos em todo o tempo, cercados de aflição, muitas vezes de fome, também, de peseguição, de dor e sofrimento. Isto faz parte da nossa vida, e tem um único propósito que é o nosso amadurecimento, o sermos forjados para revelar o reino de Deus neste mundo; para mostrarmos a glória de Deus, o seu amor, misericórdia e graça perante todos os homens; inclusive para os nossos perseguidores e que desejam a nossa derrota, aqueles que nos causa a dor e o sofrimento.

Mas precisamos lembrar, como Paulo escreveu: mesmo em tudo isso, somos mais que vencedores em Cristo Jesus. Não existe derrota; pois tudo está nas mãos do Pai, e qualquer coisa que nos aconteça, está sob o seu controle e representa sempre a vitória de Deus sobre todo o principado e postestade.