O ponto importante que temos que entender é que a salvação da nossa alma, a nossa reconciliação com Deus não depende do bem que fazemos, das nossas boas obras, e sim, que somos salvos por causa da graça de Deus, por meio da fé em Jesus, como Paulo escreve a Tito: “Deus derramou com generosidade o seu Espírito Santo sobre nós, por meio de Jesus Cristo, o nosso Salvador. E fez isso para que, pela sua graça, nós sejamos aceitos por Deus e recebamos a vida eterna que esperamos.” (Tito 3:6-7, NTLH). Temos que compreender isto. Não é por obras, nem antes e nem depois. Deus nos aceita não pelo que fazemos, mas por causa da Sua graça por meio da fé em Cristo, pela obra na cruz.

Tendo sido salvos, aceitos por Deus, o que precisamos compreender é que não podemos viver de qualquer maneira. Nossa vida, que foi recebida de Deus, é para ser vivida de maneira a revelar este Deus a quem nos submetemos. Tendo recebido a reconciliação, não podemos viver de qualquer maneira, temos que praticar o bem como expressão do que somos em Deus. Ele nos fez filhos, nos recebeu, nos capacitou para vivermos segundo a Sua natureza, revelando Suas obras de justiça. Temos que fazer as Suas obras. E fazemos as obras de Deus quando fazemos o bem às pessoas.

Paulo escrevendo a Tito, afirma: “Recomende aos irmãos que respeitem as ordens dos que governam e das autoridades, que sejam obedientes e estejam prontos a fazer tudo o que é bom. Aconselhe que não falem mal de ninguém, mas que sejam calmos e pacíficos e tratem todos com educação.” (Tito 3:1-2, NTLH), e também, reforça: “Esse ensinamento é verdadeiro. Quero que você, Tito, insista nesses assuntos, para que os que creem em Deus se interessem em usar o seu tempo fazendo o bem. Isso é bom e útil para todos.” (Tito 3:8, NTLH), não achando que é suficiente, chama novamente a atenção para a prática do bem: “Que a nossa gente aprenda a usar o seu tempo fazendo o bem e ajudando os outros em caso de necessidade, para que assim a vida da nossa gente seja útil!” (Tito 3:14, NTLH).

O que isto significa na prática? Uma mudança completa de foco, uma guinada de 180 graus em nossas vidas. Antes acostumados e priorizando a nossa vida, nossos interesses, o atendimento de nossos desejos, temos que nos voltar para fora de nós, devemos focar nos outros, nas suas necessidades, em fazer o bem para o outro.

Como guardar este aspecto importante de nossa vida, lembrando da regra gramatical da aplicação do “mim”. Lembra que o professor de português falava: “Mim” não faz nada”! Temos que nos lembrar disto, pois tudo que é para mim, para eu ter, para eu receber, para eu ser abençoado não está nos planos de Deus e demonstra egoísmo e uma vida voltada para dentro de nós mesmos, para o nosso umbigo. Temos que olhar para os outros, para as suas necessidades e dificuldades. Temos que nos acostumar com a prática do bem para com todas as pessoas, inclusive quem nos persegue. Precisamos lembrar das palavras de Paulo na carta aos romanos. “se o inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber”. Precisamos fazer estas obras, praticar o bem, não para recebermos algo, mas simplesmente, para expressarmos quem somos e o que recebemos de Deus.

Temos que compreender que recebemos poder, capacitação, temos o Espírito de Deus, Ele nos conduz em toda a vontade do Senhor, lembra-nos de todas as Suas palavras, nos guia em todo o Seu querer, ensina-nos sobre Suas obras, e portanto, tendo este entendimento, temos que santificar o nosso procedimento para que revelemos ao mundo, por meio do bem que fazemos, o Deus que conhecemos.