Poder na fraqueza para revelarmos Deus

Queremos nos sentir tranquilos, estarmos pisando em solo firme, convictos que podemos descansar, mas queremos ter esta convicção com base nos fundamentos deste mundo, na convicção das coisas que podemos ver e não entendemos que a manifestação de poder, de confiança é resultante não do que podemos ver, mas, daquilo que não vemos e principalmente, se o fundamento de nossa vida é o Senhor Jesus.

O poder que necessitamos para viver o reino de Deus não é algo que podemos tocar ou sentir, não depende de nós, mas, da fé, do processo de amadurecimento e dependência de Deus que precisamos aprender em nossa jornada. Temos que aprender a crer no que Deus fala a nosso respeito e no seu operar em nós e através de nós. Precisamos do discernimento que, viver o reino de Deus não é algo que se vive segundo os valores deste mundo, mas, na dependência completa de Deus e do poder derramado em nossas vidas pelo Espírito Santo e não pela nossa realidade material.

Não se trata de quão seguro estamos à luz deste mundo, mas, do quando já andamos e aprendemos a confiar e a descansar em Deus. Nossa fé cresce não pelo nosso esforço, mas no processo de Deus se revelar e se dar a conhecer por nós.

Paulo, pedindo por cura, por ser liberto, menciona na segunda carta aos Coríntios, no capítulo doze, do verso nove ao dez o seguinte, como resposta de Deus e como atitude que resolveu tomar em sua vida: “Mas Ele me disse: Minha graça é suficiente a você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois quando sou fraco, é que sou forte.” (2 Coríntios 12:9-10, NVI).

Quando olhamos uma declaração desta e analisamos as nossas expectativas, talvez devêssemos repensar o que estamos esperando e como esperamos viver o reino de Deus. Não se trata do que temos, do “poder” que revelamos, das “bênçãos” que tanto esperamos, mas, do quanto aprendemos a confiar, descansar, esperar Nele e o quanto O revelamos por meio das ações que praticamos frente à realidade que estamos.

O profeta Habacuque, fala a mesma coisa quanto ao que poderia sobrevir a ele, e faz a seguinte declaração, no capítulo três, versos dezessete e dezoito, como podemos ler: “Mesmo não florescendo a figueira e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas e não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17-18, NVI).

Será que estamos dispostos a viver o reino de Deus na mesma expectativa que Paulo e Habacuque? Ou será que achamos que Deus tem que nos abençoar com o que desejamos e queremos, com coisas deste mundo, como se fosse Sua obrigação por servirmos, por sermos “fiéis” na nossa religiosidade, por estarmos sempre presentes em nossa “igreja” e por orarmos e lermos diariamente?

Precisamos repensar o reino de Deus que queremos viver e compreender efetivamente como devemos viver neste mundo e o papel que temos como cristãos e como igreja no sentido de revelar e manifestar o Deus que afirmamos conhecer.

https://soundcloud.com/sdt_vigilato/poder-na-fraqueza-para-revelarmos-deus