Estória do filho pródigo ou do irmão mais velho?

Ao lermos a estória do filho pródigo, focamos no irmão que havia se perdido, e não observamos o irmão mais velho. O que podemos aprender com ele? Depois que o irmão mais novo, volta para casa arrependido, podemos ler sobre a atitude do irmão mais velho: “Ora, o filho mais velho  estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.  Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.  E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.  Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo.” (Lucas 15:25-28, RA)

O irmão mais novo, fez tolices, arrependeu-se e voltou a casa de seu pai, reconhecia que não era digno, e aceitava trabalhar como servo. Mas e a atitude do irmão mais velho? O que podemos observar? Ele demonstrou compaixão? Revelou graça? Manifestou misericórdia com o irmão que estava perdido?

Esta estória embora identifique o filho que havia se perdido, fala mais alto do filho que ficou. Este nunca reconheceu quem era e o que tinha. Compartilha de toda a vida que o pai lhe oferecia, mas vivia como mendigo. Seu coração e sua responsabilidade, como irmão mais velho, era ir atrás do que estava perdido. Cumpriu o seu dever como determinava os costumes da época? Não!

Não estamos com o coração duro? Não achamos que muitos que estão perdidos não são dignos do perdão que o Pai concede? Não temos negligenciado a nossa responsabilidade como tendo o papel de ir atrás dos que estão cegos e perdidos? Temos ou não revelado misericórdia e compaixão?

Temos que rever o nosso papel no reino: o que recebemos, quem somos e compreendendo o que Deus fez, Sua obra em nossa vida, o poder e a autoridade que recebemos por meio do Espírito Santo para vivermos neste mundo segundo o coração Daquele que nos salvou. Temos que mudar a nossa forma de pensar, renovar pela transformação da mente, adotarmos os valores eternos do Pai e nos colocarmos como Filhos de Deus, revelando a Suas virtudes entre os homens, sendo sal da terra, luz do mundo, e conduzindo os homens a reconciliação com Ele.

Não estamos aqui para agirmos de maneira egoísta e nem para julgarmos ou condenarmos quem está perdido, temos sim, a responsabilidade de juntar todos, de ser luz para todos, de revelar misericórdia e perdão com todos. Temos que entender que somos uma família para reconduzir, reconciliar os homens, todos, sem exceção, com Deus.

Nossa vida precisa ser pautada na revelação de atos de misericórdia e graça com todos os homens em todos os lugares, para que a vida do Pai se revele por meio de nós.