Quem é o próximo de quem?

“Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?” (Lucas 10:29, RA). Será que temos feito a pergunta correta? Temos perguntado quem é o nosso próximo? Ou deveríamos perguntar: de quem temos sido o próximo? O resultado da ação, embora seja o mesmo, a perspectiva que olhamos é totalmente diferente. Quando fazemos a segunda pergunta, na realidade, estamos atribuindo a nós a responsabilidade de estarmos disponíveis para sermos o próximo. Quando perguntamos quem é o próximo, atribuímos a responsabilidade ao outro para se identificar.

Precisamos compreender que somos nós os responsáveis, nós que temos que revelar a compaixão, a misericórdia e a graça e não o outro que tem que clamar por ela. Compreendemos este aspecto importante?

Tanto na estória do bom samaritano de Lucas capítulo 11, como no caso da destruição de Sodoma e Gomorra, Gênesis 18, o samaritano como Abraão se colocaram como os próximos de quem precisava. Ambos revelaram compaixão pelas vidas.

Conseguimos enxergar de quem somos o próximo ou estamos tão voltados para nós, temos sido tão egoístas, estamos tão preocupados conosco mesmo, sentindo compaixão de nós mesmos que não somos capazes de enxergar quem está precisando de nossa ajuda, de nosso socorro?

A diferença entre nós que afirmamos ser cristãos e qualquer pessoa que não conhece a Cristo, não é a aparência, não é o jeito de falar, não são as expressões usadas, mas, as atitudes, as ações que expressamos, que revelamos. Como cristãos temos que estar voltados inteiramente para fora de nós mesmos. Temos que nos voltar para socorrer, ajudar, repartir com quem precisa. Não podemos viver para nós mesmos, mas, seguindo o exemplo de nosso mestre, manifestarmos compaixão pelas vidas, desejarmos que todos cheguem a conhecer de Deus, que não passem necessidades, que sejam libertos do domínio do pecado e da opressão, que enxerguem a realidade espiritual, e para isso, temos que nos ver como sal da terra e luz do mundo.

Como devemos fazer isso? Devemos ter a consciência da obra e do realizar de Deus, convictos do poder derramado pelo Espírito Santo que nos capacita, habilita, para vivermos neste mundo segundo o coração de Cristo, revelando em todas as ações as virtudes de Deus: revelando compaixão, misericórdia, graça, longanimidade com aqueles de quem temos sido o próximo.

Que possamos compreender isto, e viver o evangelho do reino de forma plena, conforme é a vontade de Deus para nós!