Paulo escrevendo aos irmãos de Efésios, fala o seguinte: “Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza.” (Efésios 3:17-19, NTLH).
Temos que ter urgência em querer conhecer este amor de Cristo na Sua integridade, para assim, podermos revelar ao mundo como é do desejo de Deus. Necessitamos entender que Deus se revela ao mundo por meio do Seu povo, Sua família. O amor de Deus é revelado por meio dos filhos e Ele nos designou, por meio da igreja, o papel de revelar este amor ao mundo. O papel da igreja, é revelar o amor de Cristo aos homens. Mas como fazemos isso? Como manifestamos isso? Precisamos fixar as nossas raízes neste amor, fazemos isso de forma pessoal, através do compromisso que assumimos com Deus. E fazemos este compromisso quando compreendemos nossa condição de miseráveis quanto à vida e natureza de Deus, como Jesus afirmou que felizes são os que são pobres de espírito, ou seja que reconhecem que dependem inteiramente de Deus, que carecem completamente de Deus, que são totalmente miseráveis em tudo que se relaciona a Deus.
Quando compreendemos esta situação, e entendendo o amor de Deus por nós, Sua graça revelada então nos submetemos à vontade de Deus, por meio de um compromisso pessoal. Quando assim fazemos, quando outros o fazem, então, Deus nos conduz ao processo de amadurecimento, usando outras pessoas com modelos de vida para que sejamos semelhantes ao Senhor. Por meio da família de Deus, do convívio, da comunhão, e comunhão compreendida no seu sentido amplo, não simplesmente, no desenvolvimento social de atividades conjuntas, pois na comunhão, onde o Senhor ordena a bênção, na realidade há a expressão de toda a justiça de Deus. Isto é, por meio da comunhão, agimos segundo o sentimento de Cristo, aprendemos a nos esvaziar de nós mesmos, nossas prioridades, nossos desejos, e aprendemos a olhar além de nós mesmos, a ver a necessidade e deficiência dos outros. Na comunhão, partilhamos, compartilhamos, suprimos necessidades, não deixamos que outros passem necessidade, nem que haja falta. Este é o sentido da comunhão, da justiça de Deus revelada, onde cada um partilha, reparte da própria vida e de tudo que tem em favor uns dos outros.
Quando compreendemos que na comunhão devemos repartir o que temos e que somos, começamos a compreender a profundidade, o comprimento e a largura do amor de Cristo por nós. Sabemos que não o entenderemos de forma perfeita, mas aprenderemos a conhecê-Lo. Assim é a vontade de Deus, por isso, somente conheceremos o amor de Cristo por meio do povo de Deus, pois é através das ações, das obras realizadas pela igreja, tanto nos relacionamentos internos do corpo (entre os membros) como o seu cuidado com as pessoas no mundo é que podemos manifestar, revelar e compreender o amor de Cristo.
Quando assim fazemos, nos tornamos cheios da natureza de Deus, na realidade, revelamos por meio das obras a natureza que recebemos no novo nascimento, e fazemos isso pelo poder e autoridade recebida por meio do Espírito Santo que nos capacita e nos conduz a viver e fazer toda a vontade do Pai.