Paulo escrevendo aos irmãos de Fílipos, afirma o seguinte: “Pois Timóteo é o único que se preocupa com vocês como eu me preocupo e é o único que, de fato, se interessa pelo bem-estar de vocês. Pois todos os outros se preocupam com os seus próprios interesses e não com os de Jesus Cristo.” (Filipenses 2:20-21, NTLH).
Por isso, precisamos parar e refletir sobre quais são as nossas prioridades, sobre o que estamos preocupados e nossas ações o que temos priorizado? Não se trata somente do que pensamos, mas o que temos feito? Qual a nossa preocupação com o reino, com as pessoas que fazem parte do corpo? O que temos feito para a edificação e fortalecimento das mesmas?
Não podemos viver e nem ensinar um evangelho de falsas verdades, que não apresenta o reino de Deus na perspectiva que Cristo falou e que Pedro, Paulo e os demais apostólos viveram. Muitas vezes pregamos, falamos de um evangelho “positivo”, um evangelho que não ensina as pessoas e nem as conduz a olhar as coisas e lutas da vida na perspectiva eterna, no trabalho de Deus em nossa vida nos formando e nos capacitando. Não falamos das lutas, dos problemas, das dificuldades, da morte como algo natural, muito pelo contrário, prometemos o que não sabemos, declaramos promessas que não são verdades, somente porque tememos que as pessoas “deixem” este evangelho e fiquem os nossos interesses prejudicados.
Por isso, preocupamos com as pessoas que queremos formar para serem varões perfeitos e totalmente habilitados para a boa obra, ou temos levado as pessoas a viver um evangelho cheio de promessas que “podem” não ser uma verdade em suas vidas?
Diante dos problemas, das lutas, doenças, prometemos cura, no desespero de tentar consolar as pessoas, e não as conduzimos a enfrentar a luta da vida como um processo de formação e amadurecimento em Deus. Não as ensinamos sobre a morte, sobre as dificuldades, porque nós mesmos temos a concepção de que estas coisas não podem e nem fazerm parte da vida de um cristão. Não temos a perseguição como alguns padecem em algumas regiões do planeta, mas precisamos olhar estas coisas na perspectiva eterna, como sendo instrumento de Deus para a edificação e fortalecimento, para o crescimento e amadurecimento.
Quando olhamos para atender o pensamento humano, os valores deste mundo, quando estamos defendendo nossos interesses, nossos desejos, não nos preocupamos com a formação efetiva das pessoas, do seu amadurecimento, não as conduzimos a ver tudo o que passa como uma razão de alegria, de poder se considerar digna de enfrentar as lutas como testemunha viva da graça e misericórdia divina.
Precisamos repensar o que temos ensinado, falado, ou mesmo vivido para nós mesmos, pois o reino de Deus não tem nada a ver com ausência de sofrimento, dores, lutas e problemas. Tudo isso, nada mais são que instrumetnos de Deus para a nossa edificação e fortalecimento e crescimento de cada membro do corpo, para que olhemos tudo considerando a eternidade, nosso papel em favor dos outros.
Precisamos repensar como temos atuado no corpo e qual o ensinamento que temos transmitido aos outros com relação às lutas, pois tudo isto existe para nos levar a sermos semelhantes ao Senhor e modelo para o rebanho, testemunhas da graça, do poder recebido para proclamarmos o evangelho, o reino, que vivemos.